ATA DA NONAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 03.11.1997.

 


Aos três dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Eliseu Sabino, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Paulo Brum, Renato Guimarães e Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Motta, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e Sônia Santos. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Nonagésima Quinta Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Cyro Martini, 01 Emenda ao Projeto de Lei do Legislativo nº 179/97 (Processo nº 3094/97); pela Vereadora Sônia Santos, o Pedido de Informações nº 175/97 (Processo nº 3299/97). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 483/97, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 13/97, do Senhor Mauro Cunha, Presidente do Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul, e do Senhor José Francelino de Araújo, Coordenador-Geral do II Congresso Brasileiro de Direito Falimentar; 71/97, do Senhor Genésio Antônio Körbes, Presidente do Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre - SINDIHOSPA; 409/97, do Senhor Paulo Vidal, Deputado Estadual/RS; 582/97, do Desembargador Adroaldo Furtado Fabrício, Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Estado do Rio Grande do Sul; 1047/97, da Senadora Emília Fernandes; 1204/97, do Senhor Gilberto Rudi Treptow, Presidente do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul - IPE; 1209 e 1219/97, do Senhor Vicente Joaquim Bogo, Vice-Governador do Estado do Rio Grande do Sul; 2388/97, do Senhor Gilberto Mussi, Chefe da Casa Civil Adjunto/RS; s/nº, do Senhor Cristiano Roberto Tatsch, Presidente da Companhia Riograndense de Telecomunicações - CRT; s/nº, da Senhora Margarete Moraes, Secretária Municipal da Cultura de Porto Alegre; Convites: da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através do Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB, e do Conselho Municipal de Acesso à Terra e Habitação - COMATHAB, para a abertura da 1ª Conferência Municipal de Habitação; do Shopping Center Iguatemi, para a inauguração de suas novas dependências; do Jornal do Comércio, para o jantar-dançante em homenagem à Senhora Zaida Jayme Jarros; da Editora Suli<D>na, para o lançamento do livro "Viagem ao Extremo Sul da Solidão", de autoria do Senhor Juremir Machado da Silva; do Senhor Antônio Britto, Governador do Estado do Rio Grande do Sul, e do Senhor Assis Roberto Sanchotene de Souza, Secretário de Estado das Minas, Energia e Comunicações/RS, para a solenidade de assinatura do contrato de construção e fornecimento de energia da usina térmica de Uruguaiana com suprimento de gás argentino; Cartões: da Senhora Ana Toledo, da Secretaria de Estado da Cultura/RS; da Senhora Janice Mayer Machado, Secretária-Geral de Governo do Estado/RS; Fax: do Senhor Antônio Britto, Governador do Estado/RS e do Senhor Assis de Souza, Presidente do Conselho Diretor do Programa de Reforma do Estado/RS; Relatório: da Comissão Especial destinada  a  recolher  informações  e  sugerir  providências a fim de prestar ampla ajuda e apoio às instituições policiais na preservação da segurança pública. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 07, 178, 184 e 185/97; em 2ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 03/97; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 05, 176 e 187/97. Às quatorze horas e dez minutos, o Senhor Presidente declarou suspensos os trabalhos, nos termos regimentais, sendo os mesmos retomados às quatorze horas e treze minutos, constatada a existência de "quorum". A seguir, foi aprovado o Requerimento verbal do Vereador Renato Guimarães, solicitando alteração na ordem dos trabalhos, iniciando-se o período de GRANDE EXPEDIENTE, hoje destinado a registrar a passagem do quadragésimo terceiro ano de falecimento de Getúlio Vargas, nos termos do Requerimento nº 199/97, de autoria do Vereador Mário Fraga. Compuseram a Mesa: o Vereador Clovis Ilgenfritz, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre;  a Senhora Lícia Peres, da Executiva Regional do Partido Democrático Trabalhista; o Senhor Osvaldo Petersen Filho, Coordenador da Bancada do Partido Democrático Trabalhista neste Legislativo; o Vereador Paulo Brum, 1º Secretário da Casa. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Nereu D'Ávila discorreu acerca da participação de Getúlio Vargas no processo de modernização do País, através do incentivo à indústria e ao desenvolvimento brasileiro. O Vereador João Dib, destacando a justeza da presente homenagem, manifestou sua admiração por Getúlio Vargas, afirmando ter sido este político o maior estadista que o Brasil já teve. O Vereador Clovis Ilgenfritz comentou o significado de Getúlio Vargas para a história brasileira, relembrando sua atuação durante a Segunda Guerra Mundial e defendendo a necessidade de uma releitura histórica da época do Estado Novo. Na ocasião o Senhor Presidente registrou a presença do ex-Deputado Henrique Henkin.  Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Cláudio Sebenelo teceu considerações sobre as obras de Getúlio Vargas, ressaltando ter ele, em uma época de forte nacionalismo, adquirido respeito não apenas nacional mas internacionalmente. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Lícia Peres, que analisou o conceito de populismo, declarando ser  a  vida  de  Getúlio  Vargas marcada  pelo amor à pátria e pela luta ao lado dos trabalhadores brasileiros. Às quinze horas e um minuto, o Senhor Presidente declarou suspensos os trabalhos, nos termos regimentais, sendo os mesmos reabertos às quinze horas e três minutos, constatada a existência de "quo<MOLD=2 pt><MF=24 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>rum". Em prosseguimento, o Senhor Presidente registrou ter o Vereador Pedro Américo Leal representado este Legislativo no dia 31 de outubro do corrente, durante o 9º Congresso de Servidores de Câmaras Municipais,  realizado no Município de  Caxias do Sul. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Elói Guimarães manifestou-se acerca do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre, defendendo a inclusão no mesmo de um plano diretor de circulação, abrangendo aspectos relativos ao trânsito da Cidade. Na ocasião, o Senhor Presidente informou ter sido montado, na sala da Diretoria de Patrimônio e Finanças, um estúdio fotográfico  para a confecção das fotos da nova carteira de identidade dos Senhores Vereadores. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Guilherme Barbosa teceu comentários sobre os reflexos, junto à economia mundial, da queda observada nas bolsas de valores, salientando as conseqüências dessa situação na economia brasileira, em especial no referente ao aumento das taxas de juros. O Vereador João Carlos Nedel reportou-se ao discurso do Vereador Elói Guimarães, manifestando sua preocupação com a questão do trânsito em Porto Alegre e questionando a relação direta geralmente efetuada entre o aumento do número de veículos e o aumento dos problemas de circulação viária. O Vereador Luiz Braz discorreu sobre os alagamentos ocorridos na Cidade, resultantes das chuvas do último final de semana, declarando que o Departamento de Esgotos Pluviais não vem tomando as providências adequadas para solucionar o problema. O Vereador Cláudio Sebenelo, em tempo cedido pelo Vereador Isaac Ainhorn, discorrendo sobre a questão do aborto, analisou as causas que levam uma mulher a optar por essa atitude, bem como as conseqüências físicas e emocionais dela resultantes, apoiando a descriminalização do aborto e propugnando pela urgente adoção de uma política adequada de planejamento familiar no País. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA e foi aprovado Requerimento verbal do Vereador João Dib, solicitando alteração na ordem de votação da matéria a ser apreciada. Após, em COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Vereador Clovis Ilgenfritz teceu comentários acerca da importância da reorganização dos serviços administrativos da Casa, principalmente em relação ao quadro funcional, como forma de melhorar as condições de desenvolvimento dos trabalhos deste Legislativo. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 08/97, por vinte e cinco votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador Pedro Ruas, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João  Dib, João Motta, José  Valdir,  Juarez   Pinheiro,  Lauro <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>  Hagemann, Maria do Rosário, Paulo Brum, Pedro  Américo Leal, Pedro  Ruas, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e Tereza Franco. Na oportunidade o Senhor Presidente registrou a presença da Procuradora-Chefe da Procuradoria-Geral da República, Senhora Carla Veríssimo de Carla. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 64/97, após ser discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Luiz Braz e encaminhado à votação pelos Vereadores Lauro Hagemann, Elói Guimarães e João Dib. Na oportunidade, foram apregoadas as Emendas nºs 01 e 02, de autoria do Vereador Gerson Almeida, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 87/97 (Processo nº 1431/97). Em Discussão Geral e Votação foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nº 86/97, este com a Emenda nº 01 a ele aposta, e nºs 136 e 149/97, este com a Emenda nº 01 a ele aposta. Após, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando alteração na ordem de votação da matéria a ser apreciada. Em Discussão Geral e Votação foram aprovados o Projeto de Lei do Legislativo nº 157/97 e o Projeto de Resolução nº 27/97. Em Discussão Geral e Votação foram aprovados o Projeto de Lei do Legislativo nº 26/97 e as Emendas nºs 01, 02, 03, 04 e 05 a ele apostas, após terem sido encaminhados à votação pelo Vereador Paulo Brum. Na oportunidade, o Senhor Presidente esclareceu que a aprovação da Emenda nº 01 prejudicava parcialmente as Emendas nºs 03 e 04 e que a aprovação da Emenda nº 03 prejudicava parcialmente a Emenda nº 04. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 01/97 que teve adiada sua discussão por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, do Vereador Guilherme Barbosa, encaminhado à votação pelos Vereadores Guilherme Barbosa e João Dib. Na oportunidade, o Vereador João Dib formulou Questão de Ordem acerca da aplicação do artigo 76 da Lei Orgânica no referente ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 01/97. Após, foi aprovado Requerimento do Vereador Gerson Almeida, solicitando sejam as Emendas nºs 01 e 02 apostas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 87/97 dispensadas do envio para apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação foram aprovados o Projeto de Lei do Legislativo nº 87/97 e as Emendas nºs 01 e 02 a ele apostas, após terem sido encaminhados à votação pelo Vereador Juarez Pinheiro. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 106/97 e a Emenda nº 01 a ele aposta. Na ocasião, através de Questão de Ordem, o Vereador Guilherme Barbosa registrou a presença do Arquiteto Ernani Manganeli, da Secretaria Municipal de Obras e Viação e destacou que solicitará à Diretoria Legislativa que sejam anexados ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 01/97 documentos relativos à Audiência Pública realizada a respeito deste Projeto. Também, o Vereador João Dib, através de Questão de Ordem, manifestou-se acerca do referido pelo  Vereador Guilherme Barbosa. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto  de  Lei do Legislativo nº 90/96 que, após ser discutido pelos Vereadores <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>Juarez Pinheiro e Guilherme Barbosa, teve adiada sua votação por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, do Vereador Antônio Hohlfeldt. Em continuidade, foi aprovado o Requerimento nº 275/97 (Processo nº 3339/97 - visita às Cooperativas do Uruguai, nos dias sete a nove de novembro do corrente, em representação externa), de autoria Vereador João Motta, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Motta e Reginaldo Pujol. Foi aprovado o Requerimento nº 274/97 (Processo nº 3315/97 - Moção de Repúdio ao Banco Central relativa ao edital de privatização do Banco Meridional), de autoria do Vereador Adeli Sell. Também, foi apreciado o Requerimento nº 271/97 (Processo nº 3298/97 - Moção de Protesto ao Governo Estadual  face às condições insuficientes para a execução das atividades policiais), de autoria do Vereador Cyro Martini, o qual, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Cláudio Sebenelo, João Dib e Cyro Martini, deixou de ser votado face  à inexistência de "quorum". Às dezessete horas e cinqüenta minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Reginaldo Pujol e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum e Guilherme Barbosa. Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Passamos ao período de

 

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

                 

1ª SESSÃO

 

PROC. 0483/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 007/97, de autoria do Ver. José Valdir, que estabelece a política de convênios no Poder Executivo Municipal de Porto Alegre.

                                                     

PROC. 3067/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 178/97, de autoria do Ver. Gilberto Batista, que dá nova redação aos parágrafos 3º e 4º e acrescenta parágrafo ao art. 1º da Lei nº 6091/88, que regula o serviço de transporte escolar no Município de Porto Alegre.

 

PROC. 3128/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 184/97, de autoria da Verª. Anamaria Negroni, que autoriza o Executivo Municipal a erigir pedra ornamental em memória da equipe médica e tripulação vítimas de acidente aéreo.

 

PROC. 3130/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 185/97, de autoria da Verª. Anamaria Negroni, que institui, no âmbito do Município de Porto Alegre, o “Dia da Solidariedade”.

 

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 3154/97 -  PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 003/97, de autoria do Ver. Décio Schauren, que altera o art. 82 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre (quorum de maioria qualificada para alteração de denominação de logradouros).

 

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 0481/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 005/97, de autoria do Ver. José Valdir, que dispõe sobre a construção de habitações de interesse social para a população moradora em subabitação, concede incentivos e dá outras providências.

 

PROC. 3032/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 176/97, de autoria da Verª. Anamaria Negroni, que autoriza o Executivo Municipal a implantar, nas escolas da rede escolar do Município, a disciplina de Educação para o Trânsito.

 

PROC. 3190/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 187/97, de autoria do Ver. João Motta, que altera a Lei Municipal nº 5456, de 23 de outubro de 1984, que define Pontos de Estacionamento para o serviço de transporte de passageiros em veículos de aluguel -Táxi e estabelece normas.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste.

 Os  trabalhos da presente Sessão estão suspensos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h10min)

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz - às 14h13min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES (Requerimento): Requeiro que entremos imediatamente no Grande Expediente, para depois ingressarmos na Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Renato Guimarães. (Pausa.)  Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade. Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O  Grande Expediente de hoje está destinado a registrar a passagem do quadragésimo terceiro ano do falecimento de Getúlio Vargas.

Convidamos, de imediato, a ilustre dirigente do PDT, Sra. Lícia Peres, para compor a Mesa, como membro da Executiva Estadual. Convidamos, também, o Sr. Osvaldo Petersen Filho, coordenador da Bancada do PDT, representando os Deputados do PDT. Solicitamos ao Ver. Paulo Brum que assuma a presidência dos trabalhos por alguns minutos.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente, Sra. Lícia Peres, representando a Executivo Regional do Partido e, também, uma figura da representatividade feminina do PDT, Sr. Osvaldo Petersen, Coordenador da Bancada do PDT na Assembléia Legislativa, nosso grande companheiro, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores. Por iniciativa do nobre Vereador Mário Fraga, nós, embora com atraso mas significativamente, estamos comemorando os quarenta e três anos do desaparecimento do grande estadista Getúlio Vargas.

As grandes personalidades, aqueles que são chamados os gênios da humanidade, são aquelas figuras que, em alguns setores,  se destacaram,  cujos nomes, sempre que invocados,  trazem à tona alguma lição  da sua passagem  no planeta Terra nos diversos setores em que atuaram. Se falarmos em Shakespeare,  lembraremos  Hamlet,  relembraremos   todas as suas  criatividades no mundo artístico;  se falarmos de  Miguel Ângelo,  a humanidade  lembrar-se-á  da sua genialidade na pintura e escultura, se  relembrarmos Pablo Picasso  virá  a nossa mente Guernica, um quadro que representa,  para o resto dos nossos dias e de todos os  nossos pósteros,  o terror  da Segunda Guerra Mundial  e assim por diante.

Ao  falarmos em Getúlio Vargas,    lembraremos   a genialidade política e administrativa  do grande  São-Borjense, poder-se-ia dizer hoje,   com tranqüilidade,  que Getúlio Vargas criou o Brasil moderno, porque  nenhuma  figura antes  dele e depois dele,  a não ser depois  dele dando  continuidade  a sua obra,  por exemplo,  na  criação da indústria nacional,  teve  essa criatividade. Outro  grande brasileiro, já às portas da morte, Darcy Ribeiro no seu livro  recentemente lançado,     ele   reescreveu  alguns capítulos do livro  "O Povo Brasileiro"  diz que  a cultura  e a sociedade brasileira foram plasmadas por Getúlio Vargas. Quando Getúlio Vargas negociou com Roosevelt  a questão da chegada  na África  para vencer a raposa do deserto,  o General Rommel - sabendo-se que, de Natal à África, pelo mar é bem perto -, permitiu  que em  Natal se  fizesse bases americanas, Getúlio  estava dando início à  industrialização brasileira, através de Volta Redonda, que foi o preço que ele cobrou para permitir que os americanos fizessem uma base em Natal. 

Getúlio Vargas, principalmente na última fase de seu governo, previu tudo isso que está acontecendo. A carta de Getúlio, se lida hoje, demonstra que ali está contido exatamente o problema que hoje é o fulcro da sociedade brasileira: a desnacionalização, a desvitalização, a venda da propriedade do povo brasileiro, como a Vale do Rio Doce e outras grandes empresas brasileiras e, se não nos cuidarmos, a venda, inclusive, do Banco do Brasil. Então, a vida de Getúlio Vargas é incansavelmente relembrada. Parece-me que esteve aqui Jacó Gorender, falando sobre a ditadura Vargas. Eu não pude estar presente, mas certamente se estudadas a fundo, se verá em que circunstâncias Getúlio Vargas, em 10 de novembro, fechou o Congresso Nacional. Mas há que estudar-se, à luz da história, se as condições, os motivos e os resultados foram os mesmos dos generais em 1964 para expulsar um dos únicos presidentes de esquerda do Brasil, que foi João Goulart. Os únicos dois presidentes de esquerda, desde os tempos de Cabral, em 1500, que estiveram do lado do povo e que ensejaram reformas foram Getúlio Vargas e João Goulart - e por isso, um deu um tiro no peito e o outro morreu no exílio solertemente afastado do poder, em nome de uma nova ordem, que de nova não tinha nada, e de ordem, coisa nenhuma.

Nós, que somos os herdeiros das idéias de Getúlio Vargas, principalmente aquelas a partir de 1950, quando ele voltou ao poder nos braços do povo, quando o Udenismo pensava que abraçado na grande mídia iria impedir a volta daquele que eles chamavam um ditador superado, já com 67 anos. Mas não, o povo reconheceu toda a política social que ele fez, inclusive plasmando a Consolidação das Leis do Trabalho, o horário das 8 horas de trabalho, o respeito aos trabalhadores, o repouso semanal remunerado, as férias, o 13º salário  e por aí afora. O povo brasileiro reconheceu e em 1950 recolocou Getúlio no Palácio do Catete. Lamentavelmente não pôde concluir este mandato, porque já havia, desde há muito tempo, uma fermentação de derrubada do poder que veio recair com as mesmas forças Udenistas, mas fardados com outra pele, em 1964, com João Goulart.

Falar de Getúlio é falar da história do Brasil. E eu reafirmo, com a responsabilidade político e histórica do que digo, falar de Getúlio é falar daquele que teve uma visão em 1930 já com uma visão da década de 50 e com a Carta de 1954 com a visão do fim do século que é este que estamos vivendo. Então esta figura extraordinária, realmente, depois de Cabral, que descobriu a terra brasileira, foi o fundador da terra brasileira, porque com ele abriram-se os canais para que o Brasil, dali para frente, mesmo com Presidentes ou com poderes, que historicamente eram contrários a Vargas, mesmo assim não puderam desfazer as falas e os caminhos abertos por Getúlio, tiveram de algum modo por ou alguns dos caminhos que continuar. Aqueles que puderam interceptar, fechar, obstruir o fizeram, mas a grandiosidade de Vargas era tanta que os caminhos e os fachos de visão por Vargas colocados no futuro, principalmente para o terceiro milênio, não puderam e não poderão jamais ser desvirtuados, porque os gênios da humanidade, como eu disse, são imortais. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Luiz Fernando Záchia está com a palavra e cede seu tempo ao Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, minha cara Lícia Peres, minha amiga da Executiva Regional do PDT, meu caro Osvaldo Petersen Filho, Coordenador do PDT na Assembléia Legislativa, Srs. Vereadores, meus  senhores e minhas senhoras. Quando da votação desta Sessão Solene, desta homenagem a Getúlio Vargas, eu me manifestei contrariariamente a ela. E o fiz com a mais absoluta convicção, porque eu realmente sou  getulista. Não tenho nenhuma dúvida em afirmar que foi o maior estadista que este País produziu até hoje. Mas eu não aceito, não admito que,70 dias depois do 43º aniversário de sua morte, a Câmara tenha encontrado tempo para homenageá-lo. É por isso que estou, neste momento, nesta tribuna, para falar em nome da minha Bancada, do PPB e em nome da Bancada do PMDB, do Ver. Luiz Fernando Záchia e da Vera.. Clênia Maranhão.

Sem dúvida nenhuma, já disse e vou repetir, Getúlio Vargas foi o maior estadista que este País produziu. Foi também um dos maiores do mundo, porque ele foi estadista num momento em que o mundo tinha muitos estadistas simultaneamente, como Franklin Roosevelt, Churchill, Chamberlain, na Inglaterra, o próprio Hitler e Mussoline, querendo ou não eram estadistas também, souberam conduzir os seus países. Mas nomes extraordinários, Secretários de Estado americanos, Primeiros Ministros da Inglaterra, enfim, Getúlio Vargas conseguia, neste meio, se sobressair, porque ele era antes e, acima de tudo, um patriota, um homem correto, honesto e digno. Ele tinha toda a sua vida preocupada com a grandeza do seu País, o Brasil.

É por isso que eu gostaria que ele fosse homenageado com a devida sinceridade, carinho e com o exemplo que ele tem de ser para todos os políticos, independente dos partidos  a que pertençam.

Não sou capaz de expressar toda a admiração que tenho por essa figura extraordinária, um homem que realmente  amou o País, mas Assis Chateaubriand, melhor do que eu, definiu Vargas. Eu acho que, dificilmente, alguém definiria Getúlio Vargas da forma como fez Assis Chateaubriand, no dia 27 de setembro de 1955, no seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras. Dizia ele: "Vargas, poderá se dizer que foi o  espongiário magnífico deste oceano humano que é o Brasil, ele era o guasca, o campeiro, o caipira, o tabaréu, o matuto, o jeca, o sertanejo, o farroupilha, o favelado, o charrua, o tamoio, o guarani, o capixaba, o caeté, o tupinambá, o tabajara, o tupiniquim, o timbira, o marrueiro, o homem branco, o negro, o amarelo, nas infinitas nuanças de todas essas cores. A música dos nossos rios, a música das nossas cachoeiras, a alegria das nossas madrugadas, a graça de um mês de maio nas campinas verdes do Rio Grande, o sorriso das nossas crianças, o uivar do minuano na coxilha, o coruscar das estrelas nesse céu tropical.

 Que deslumbrante aquarela do Brasil. Que força elementar de vida. Não era um fragmento da nossa natureza, porque era toda ela.

 Os medíocres charlatães que já o estudaram não enxergaram o segredo de sua imensidade. Vargas era ele, e por todos os seus contrários. A sua prodigiosa glória é de haver, muitas vezes, sacudido este cadáver obediente que é o Brasil. Ele não falava para o povo, oficiava como um sacerdote".

 Acho que alguém que consegue expressar a figura de Vargas dessa maneira, deve parar todos os outros pronunciamentos, porque ninguém poderá dizer melhor.

 Realmente, Vargas foi o maior político produzido neste País. E um dos maiores do mundo todo. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Com a palavra o Ver. Clovis Ilgenfritz, em tempo cedido pelo Ver. Gerson Almeida.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: (Saúda os componentes da Mesa). Fui indicado pela nossa liderança, que pediram que eu falasse, eu disse: será o improviso dos improvisos.

Falar de Getúlio, por um lado é muito fácil e por outro, há dificuldades, do quanto foi complexa a sua passagem, a sua longa   na história do Brasil pelo governo,  e  influência direta  na política, mesmo quando não estava no governo. Eu vivi a minha grande emoção política  em 1954. Eu era muito jovem, estudava em Passo Fundo, eu fugi do internato para ver o que estava acontecendo, porque a cidade estava virada em uma verdadeira praça de guerra. E isso me marcou profundamente. Quando o diretor nos encontrou e nos recolheu, já tínhamos ficado muito próximos de  determinados atos de violência que aconteceram. Começamos a estudar um pouco mais a história, a partir  daquele ato inusitado, inesperado e triste para todos nós, já que um Presidente da República havia se suicidado. Por que isso? Há poucos dias tivemos um seminário aqui na Câmara que foi de grande importância, e dedicado,  em parte,  a essa figura humana,  porque ele foi o protagonista principal do Estado Novo; ele foi o comandante desse processo. E esse Seminário na Câmara contou com a presença de ilustres conferencistas do país, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, que fizeram palestras. Debatemos com a presença da UFRGS, PUC, da prefeitura de Porto Alegre, através da Secretaria de Cultura e daqui da Câmara. Debatemos o Estado Novo e os 60 anos a partir do Estado Novo. Realmente foi riquíssima a discussão. Nós pudemos, mais uma vez recordar os grandes acontecimentos protagonizados pelo gênio político que foi Getúlio Vargas. Eu não tenho dúvida, sou petista, muitas pessoas acharam: "O PT está fazendo um seminário!" Não foi o PT que fez, foi a Câmara, a Universidade Federal, a Pontifícia Universidade Católica, a Prefeitura de Porto Alegre. E as pessoas que vieram falaram sobre o Estado Novo e  todas as situações que se criaram. Foi pena que poucos Vereadores puderam participar, mas tenho certeza de que quando forem publicados os Anais desse Encontro, verão o quanto a figura de Getúlio Vargas andou  num pêndulo entre o bom e o mau, e para alguns os motivos são os mais diversos.

Todos os conferencistas, inclusive o Jacó Gorender, que foi o último que esteve aqui na sexta-feira, não vacilaram em dizer que ele foi o maior político, o maior estadista deste Século, no nosso País; não vacilaram em fazer o elogio da genialidade do Getúlio Vargas, capaz de superar os processos gerados na Europa e nos Estados Unidos, durante o período da guerra, e garantir para o Brasil uma determinada autonomia e a garantia, também, de implementação. 

É importante que hoje se faça uma análise do Estado Novo de Getúlio, com o problema que existe, e que sempre existirá, de que quando houver ditadura ela só poderá ser ruim. Não existe boa ditadura! Porém, há resultados daquele processo que são respeitáveis e importantes: por exemplo a política estratégica, adotada por Getúlio, numa espécie de social-desenvolvimentismo, com a criação das grandes estatais, que foram - e ainda seriam hoje - a alavanca do processo de garantia de soberania nacional do desenvolvimento deste País, e foi ele quem obstinadamente criou. É importante toda essa visão que ele teve da garantia de um País que pudesse ter autonomia econômico-financeira na sua produção, e o papel do Estado foi de alavancagem desse processo de produção, inclusive da garantia de nós resguardarmos, para nós, as grandes riquezas naturais e os minérios, no caso da Vale e de Volta Redonda, e tantas outras que surgiram, como a Petrobrás; e tudo isso veio nessa esteira da visão que Getúlio teve. Seguramente, mais tarde, Juscelino colocou em prática algumas dessas propostas, criando outros tipos de infra-estrutura na área da produção energética, e há muitas coisas com as quais não concordamos, como a matriz industrial do Juscelino, que acho que foi a pior coisa que se fez na história do País nos últimos 50 anos, ao lançar o automóvel como dono absoluto da matriz de produção industrial, em vez de fazer outro tipo de industrialização num país essencialmente agrícola poderia ser hoje o grande alavancador da alimentação do mundo. Não tem alimento nem para si próprio!

No entanto, comparar período do Estado Novo, aquela ditadura, com todos os problemas que possam existir numa ditadura, com a atual ditadura do Sr. Fernando Henrique Cardoso, que está travestida de democracia, é algo que considero muito importante e aconselho  todos a fazerem. A política estratégica de Fernando Henrique Cardoso é do empreguismo, do sucateamento. Acabaram com o mínimo que tínhamos para garantir o que chamamos de dignidade e soberania nacional. A estratégia de um é entregar o país para os outros. A estratégia do outro era garantir ao país o mínimo de dignidade para poder , na comunidade mundial, traçar os rumos do mundo. Lá já existia a globalização, só que não era neoliberal. Agora, já é. Vivemos o período mais nefasto da história do País e quando comparamos ficamos mais triste ainda porque estamos comparando com um período que foi de autoritarismo. Então, Getúlio merece o nosso respeito, é um estadista que deve ser estudado cada vez mais e  saudamos, hoje, o 43º ano do falecimento dessa personalidade. Em nome do Partido dos Trabalhadores nossos respeitos, em especial aos companheiros que tributam  Getúlio como seu maior líder, que são os companheiros do PDT. Muito obrigado.(Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz):  O Ver. Hélio Coberllini cede seu tempo ao Ver. Cláudio Sebenelo,  que  está com a palavra. Registramos, com satisfação, a presença de uma liderança do trabalhismo o Sr. Henrique  Henkin. (Palmas.)

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO:  Senhor Presidente e Srs. Vereadores, um abraço ao Dr. Henrique Henkin, nosso Ex-Deputado, grande político do antigo PTB.

Agradeço a gentileza do Ver. Hélio Coberllini em ceder-me este espaço. Gostaria de tecer  alguns comentários sobre a brilhante iniciativa da Câmara Municipal de Porto Alegre de comemorar os 60 anos do Estado Novo com um curso que foi ministrado pela Dra. Angela e pela Dra. Maristela, da UNICAMP , mais Dr. Jacó, aqui em Porto Alegre.  Evidentemente que abriram um novo entendimento sobre uma fase brasileira, a  segunda República, já tão desgastada por esta mania brasileira,  por esta tendência, este cacoete psicossocial da Monarquia, isto é, temos uma necessidade muito grande, como povo, de ter um monarca, e  se, através do processo republicano, eliminamos a monarquia e passamos a uma ditadura militar, em nome da mudança monárquica. A seguir, os protestos contra essa ditadura e depois contra os primeiros Presidentes de República deste País, também partiram, debaixo para cima,  com um movimento que chamamos de messianismo, que era um sentimento profundamente monárquico em todos os movimentos messiânicos como do Contestado, que foi quase tão grande, ou maior do que o de Canudos, como o movimento de Jacobina Mauer no Rio Grande do Sul, dos Muckers, ou como o próprio Canudos com Antonio Conselheiro.

Vimos assim claramente a busca de uma figura mágica, monárquica, que resolvesse os problemas brasileiros e, indiscutivelmente, desse messianismo nós fomos aos poucos caindo num processo ditatorial e numa ditadura civil  que  é a nossa expressão aguda dos  problemas de mudanças de um Estado muito mais voltado para o escravismo, e que tinha que mudar e  nós precisávamos dessas mudanças dos resquícios escravos, e do nosso patronato agrícola, seja do café; seja no Sul, os castilhistas; seja no Norte, os coronéis. Nós precisávamos mudar para um processo industrial indiscutível, em que  plasmássemos uma burguesia urbana, indispensável para a luta de poder, e que  plasmássemos um proletariado urbano. E nada foi feito em cima de um campesinato que tínhamos, mas impotente, sem condições mínimas de qualquer tipo de revolta. E todos os processos brasileiros ocorreram por causa da vontade de poucas pessoas. A própria Revolução de 30 se faz por uma aristocracia dominante que quer mudar por problemas políticos como fundo de cena, mas jamais puderam esconder os problemas agrários, os problemas da urbanização brasileira, mas principalmente o processo de industrialização.

Neste contexto surge Getúlio Vargas, um jovem do Sul, que se sentira traído nos processos eleitorais e dai a chamada "Revolução de 30", a busca do poder, em que se faz uma metamorfose intensa em todos os setores: sociais, políticos, econômicos. Mais do que isso, a figura monárquica de Getúlio, como ditador, vai, em 1932, responder, de forma muito forte a uma revolta em São Paulo; em 1937, de faz uma "Polaca" e o Estado Novo - "Polaca", porque a Constituição de então era quase ipsis litteris copiada da Constituição Polonesa - e vai até 1945 e então, se plasma, não só aqui no Brasil, mas no mundo inteiro as figuras de Perón, Mussolini, Hitler que mostravam o quanto nós precisávamos  psicossocialmente de uma figura monárquica no mundo inteiro, e o Brasil não era diferente. Essa figura nós já tivemos no momento da nossa revolução industrial brasileira, que foi lenta, que foi acompanhada por fenômenos muito interessantes internacionais, inclusive de uma guerra mundial.

Nesse caso eu não aceito a crítica que o orador que me antecedeu fez a Fernando Henrique, chamando-o de entreguista e nefasto, quando, na verdade, este tem sido também uma das vítimas desse grande processo internacional que se faz, assim como foi Juscelino no processo de industrialização de substituição, hoje elogiado, mas muitas vezes chamado  de entreguista por fazer operação panamericana durante o seu Governo, por ser um dos idealizadores. Dessa forma, Getúlio marca como um modelo populista no melhor sentido da palavra, isto é, onde não existe ainda uma burguesia  urbana formada, onde não existe um proletariado formado, o espaço tem de ser preenchido por alguém, é o Estado que tem de ser ocupado e o poder de mando é exercido por um carismático. E Getúlio, indiscutivelmente, era um carismático. Dessa história populista toda, assim  como do messianismo,  nós chegamos a uma ditadura civil, a da nossa história populista. Nós chegamos em uma ditadura militar, seja pelo fracasso do populismo, seja pela contrafacção  populista, que no fundo também tinha as mesmas raízes e as mesmas posturas populistas. Hoje vivemos os mesmos resíduos desse populismo, e vemos isso na nossa História, inclusive na nossa Constituição.

Fica bem claro que Getúlio foi um predestinado, que foi uma das grandes cabeças que este País teve. Como estadista, inclusive, foi, indiscutivelmente, autor das melhores obras progressistas brasileiras, em uma época em que o nacionalismo era muito forte em todas as facções, em todos os países. Hoje as estruturas são meta nacionais, e aí não existe mais o entreguismo, uma palavra populista de 1945/50. De lá para cá não temos isso, porque hoje temos uma idéia. E vejam o livro "Terra Pátria", de Edgar Morin ,  está escrito ali que os países, hoje, não são mais nacionais, são metas nacionais. E o nacionalismo seria uma regressão psicossocial dos povos. Getúlio marcou a nossa História, marcou a nossa Pátria, marcou os nossos costumes. Um estadista inesquecível, resguardando as proporções das épocas, da tecnologia de então, totalmente diferente do momento atual. Getúlio é, indiscutivelmente, o mais notável dos estadistas brasileiros e, no conceito mundial, existia, por Getúlio, uma grande afeição do ponto de vista de visão, inserida nos contextos internacionais, onde era uma figura respeitada.

 Por todos esses motivos, 43 anos depois da sua morte, ele nos marca, não apenas como um grande estadista, mas como paradoxo. Depois de ter sido ditador, ele veio pelos braços do povo, através da democracia,  marcar de forma intensa o nosso País, nos seus quatro anos e pouco de governo que, desgraçadamente,  terminaram de uma forma violenta. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Passamos a palavra a Sra. Lícia Peres.

 

A SRA. LÍCIA PERES: Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre Ver. Clovis Ilgenfritz; Sr. 1º Secretário Ver. Paulo Brum; Sr. Osvaldo Petersen Filho Coordenador do PDT na Assembléia Legislativa. Não poderia deixar de citar, também, o Dr. Henrique Henkin, um trabalhista histórico, que está aqui presente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras.

 Em nome da Executiva do PDT Regional, eu quero agradecer esta homenagem, uma homenagem tão justa do 43º. Aniversário da morte de Vargas.

 Muita coisa foi dita e eu não quero, absolutamente, repetir este histórico que foi levantado sobre a figura de Vargas. Mas, alguma coisa a gente não pode deixar de referir; em relação àqueles conceitos , muitas vezes abordados de forma pejorativa.

 Por isso a minha alegria de ver, hoje, as pessoas homenageando Vargas e ouvir falar no "populismo" até que  um grande teórico, Ernesto  La Clou  escreve Política e Ideologia na teoria marxista e define  a diferença entre populismo de direita e populismo de esquerda. Não existe um populismo, existem diferentes tipos de populismo e a figura de Vargas é cravada na memória nacional. Hoje, como nunca, no Brasil, ele faz falta pelo seu imenso amor à pátria, pela sua defesa intransigente de um modelo que nos colocasse de forma forte no contexto internacional, na luta pela soberania do Brasil. Como podemos ter uma força  se enfraquecermos, se tivermos uma economia debilitada, se ficarmos à mercê de qualquer crise internacional? Vargas teve o sentido  do desenvolvimento nacional, e mais do que isso, ele ficou ao lado do lado certo: dos trabalhadores. Nesse período os trabalhadores não tinham qualquer direito e ele pensou no salário mínimo, na estabilidade, no décimo terceiro salário, em uma forma que amparasse o trabalho. A mão-de-obra era vendida de forma absolutamente selvagem e ele queria que os trabalhadores tivessem respaldo.

Hoje, como nunca, a memória de Vargas nos inspira e nos fortalece para continuarmos lutando por um modelo nacional justo, autônomo, pelas grandes reformas, enfim, por um Brasil que possa se orgulhar de ser uma nação forte, de um modelo que seja realmente um modelo de nação e que precisamos construir. Em um País com trinta e dois milhões de indigentes, como Vargas não vai fazer falta? Um País onde há pobreza, onde há desigualdades, desemprego crescente nos remete sempre aos pensamento daquele que colocou a sua vida na defesa do Brasil.

Não há nada de mais atual e urgente, hoje, do que a defesa da nacionalidade.

 Não posso também deixar de referir a questão moral. Há dois meses atrás visitando o Museu da República com o meu filho, onde Vargas se matou, pensei: que solidão tremenda, quanta mudança! Hoje, ninguém mais se mata por vergonha. Houve um processo de difamação e ele deu um tiro no coração! A gente nem acredita quando a gente vê grandes escândalos, desvio da Previdência, etc., ninguém mais se mata! As pessoas olham para as câmaras com o mesmo rosto, com a mesma fisionomia. Outro dia, apareceu um empresário que era corruptor de menores, ele, sequer, levantou a camisa para cobrir o rosto e estava sendo denunciado por corrupção, por prostituição infanto-juvenil no Brasil. Ele olhava para a câmara com a maior frieza, com a maior serenidade. Eu pensava, lá no Museu da República no Rio de Janeiro, levando o meu filho, no exemplo que Vargas deu, na sua solidão terrível  num momento de um processo difamatório que a gente viu o que pretendia porque, ele foi um homem que morreu sem recursos, era um homem pobre e, no entanto, como ele, naquele momento, não agüentou. Ele se matou com vergonha daquela situação que teve o seu nome envolvido. Um estadista digno, um nacionalista, um grande brasileiro, talvez a maior, certamente para nós trabalhistas, figura da política brasileira.

Então, companheiros - chamo assim porque todos estão irmanados nesta homenagem ao grande Presidente Getúlio Vargas - o Partido Democrático Trabalhista que tem no ideário de Getúlio Vargas a sua maior força, agradece, nós agradecemos esta homenagem que a Câmara de Porto Alegre, que a Casa do Povo de Porto Alegre tributa a nossa maior liderança trabalhista, que foi o ex-Presidente Getúlio Vargas, para nós, o nosso eterno Presidente da República. Nunca, como hoje, ele fez tanta falta para lutar, para liderar movimentos em defesa do nosso País, em defesa da moral, da ética e, principalmente, na sua luta intransigente em defesa dos trabalhadores e da soberania nacional. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

                       

O SR. PRESIDENTE: Nós agradecemos, mais uma vez, a presença da Dirigente Estadual do PDT, Sra. Lícia Peres, do Sr. Osvaldo Petersen Fº, do Sr. Henrique Henkin. Agradecemos a palavra dos Srs. Vereadores, colocada, aqui, democraticamente e entendemos que foi um momento importante e precisa ser refletida a vida desse homem que foi uma das maiores figuras do nosso século.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h01min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 15h03min): Estão reabertos os trabalhos. O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra, para um esclarecimento.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL (Esclarecimento): Sr. Presidente, desejo informar à Câmara que, por um lapso da Mesa, o Plenário não foi informado de que eu  estive, na sexta-feira, representando a Câmara no IX Congresso da Associação dos Servidores  das Câmaras Municipais do Rio Grande do Sul – ASCAM/Rio Grande do Sul, que reuniu  os servidores dos Legislativos e quase todos os Vereadores da região dos vinhedos debatendo, a manhã inteira, ao lado de João Verle, o Orçamento Participativo. Eu propus que fosse o Ver. João Dib ou o Ver. João Nedel, mas eles insistiram que fosse eu. Então me desloquei para lá e passei o dia inteiro nessa maravilhosa reunião de homens e servidores  públicos que Caxias do Sul oportunizou, a. Eu quis dar essa informação porque os meus colegas não souberam disso. Estou encaminhando à Mesa o certificado desse debate, desse dia de política que houve na Câmara de Caxias do Sul,  promovido pela  ASCAM/RS.

 

O SR. PRESIDENTE:  A Mesa, na pessoa do Presidente, se penitencia por não ter comunicado ao Plenário que o Ver. Pedro Américo Leal esteve representando esta Casa em Caxias do Sul.

Voltamos ao Grande Expediente. O Ver. Eliseu Sabino está com a palavra Desiste.

 Ver. Luiz Braz, normalmente não se tem concedido esse tipo de ajuste, mas se ninguém se opuser, a Mesa vai reservar o último tempo para V. Exa. falar em nome de Eliseu Sabino, que seria o primeiro.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra, em Grande Expediente.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Deverá, se ainda não ocorreu, chegar à Câmara Municipal de Porto Alegre um dos instrumentos que reputo da maior importância para a Cidade,  que é o Plano Diretor  que haverá de estabelecer regras nos mais diferentes setores para balizar o desenvolvimento, estabelecer as taxas, os coeficientes para que se tenha uma cidade bem fotografada do ponto de vista econômico, social, estético, enfim,  sob todo os ângulos. Eu tenho debatido uma questão que eu reputo importante e que não tem tido, ao longo do tempo, a representatividade que a importância desse assunto merece, que é a circulação, o trânsito, em último análise, numa cidade.

Ao longo do tempo, e eu tenho acompanhado os planos planejadores, o corpo de técnicos que atuam na elaboração - a óptica política e ideológica  que coordena as iniciativas - estão mais vinculados a uma visão estanque da Cidade, poderíamos até dizer estética da Cidade, e esquecem a sua dinâmica. Então o planejador do plano diretor - o conjunto de técnicos e a visão política - atenta mais para o aspecto predial, as taxas, as densidades, as áreas construtivas e esquece o aspecto relevantíssimo  que diz  com a circulação, com o trânsito de Porto Alegre.

Então eu tenho debatido muito esta questão em alguns fóruns. Eu gostaria de ter a oportunidade de debater profundamente, chamando a atenção e tentando, juntamente com a Casa, fazer com que estabeleçamos no contexto do Plano Diretor um plano diretor de circulação, um plano diretor de trânsito para que saiamos daqueles princípios que sempre  se estabelecem  na Lei Orgânica,   que colocam diretrizes,   que se aplicam,  aqui, em Porto Alegre, em Curitiba, São Paulo, em qualquer país, aquele conjunto de  intenções e princípios. Nós teremos que sair dessa linha de elaboração para colocar coisas mais concretas, mais efetivas para que se desenvolva,  na medida em que a Cidade vai aplicando  as disposições do Plano, a questão da circulação, do trânsito, que precisa ocupar um espaço significativo.

 

O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)  Ver. Elói Guimarães, V. Exa. coloca muito bem o problema. Não é  admissível um Plano Diretor que não cuide  do trânsito  da Cidade,  do sistema viário. O que nós tivemos,  no passado, foi um equívoco de  Gladosch  que fez apenas o plano viário e não completou com o Plano Diretor. Eu acho que agora, depois de tanta experiência somada  nesta Cidade,  deve vir um plano  à altura das necessidades de Porto Alegre. V. Exa. há  de abrilhantar  com o seu conhecimento este Projeto que virá na próxima quarta-feira  para debate.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sou  grato a V. Exa.  Nós detectamos examinando  a malha, o funcionamento  do trânsito de Porto Alegre uma série de aspectos que estão  a reclamar, a pedir soluções. Nós temos que ter uma visão global.  Porto Alegre carece de algumas intervenções,  algumas obras. Essas obras precisam estar dentro de uma visão  global  da cidade de Porto Alegre. Muitas vezes,  dada  a  ideologia do plano,  determinados equipamentos,  em face de se preponderar  esse ou aquele  aspecto,  perdem a significação e por aí se vai pelo ralo o dinheiro, os recursos pagos pelo povo;  carrea aos cofres públicos para que o administrador dote a Cidade dos equipamentos adequados às suas finalidades. Queremos debater  intensamente esse aspecto do Plano Diretor,  mas com a visão da engenharia de  tráfego, porque me parece  que na representação histórica  dos planejadores do Plano Diretor não tem tido a representação que se impõe. E pela importância que tem a visão de circulação, a visão do trânsito, na minha opinião, tem que estar inserida no Planejamento Urbano da cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Os Srs. Vereadores que desejam fazer a fotografia para a nova carteirinha devem dirigir-se à sala do Diretor Financeiro, onde foi montado um laboratório fotográfico.

O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra, em Grande Expediente .

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, um assunto muito importante da semana que passou foi, sem dúvida, o problema ocorrido nas bolsas de valores. E neste final de semana, me detive um pouco a ler, aprender e tentar entender as razões desse fato e as conseqüências que poderão advir para todos, sejam investidores das bolsas de valores ou não, como é o meu caso - simples consumidor do país. E alguns aspectos, de fato, chamam a atenção como alguns fatos que, em pouco tempo, conseguem abalar, de forma expressiva e muito forte, a economia de todo o mundo. E o que nós vemos hoje, Srs. Vereadores, sem tentar aprofundar o debate teórico da economia, porque não teria nenhuma condição de fazê-lo,  é que há vagueando e voando pelo mundo inteiro a procura de melhores taxas de juros, não se sabe exatamente o montante, mas, com certeza, alguns trilhões de dólares, sem qualquer vínculo com a produção e sem qualquer vínculo com a criação de riqueza do mundo. Simplesmente dinheiro com  nível de valor, buscando a melhor taxa de juro e, portanto, buscando tirar da cada economia localizada o mais que pode, sem nenhum compromisso da manutenção da estrutura dessa economia.

Hoje, com a interligação mundial, através da rede de computadores com o desenvolvimento da tecnologia informatizada, um simples apertar de botão significa a retirada, em minutos, de vários bilhões de dólares, às vezes até em menos de um minuto, saem da economia bilhões de dólares. E faço uma imagem, uma figura, Ver. Pedro Américo Leal, de um grande aspirador de pó que quando sai leva junto uma boa parte da economia desses países, normalmente fragilizada, que sem o poder de financiamento vêem, como salvação, esses capitais que, na verdade, não são capitais de investimento e de produção, que até seriam bem vindos desde que tivéssemos um certo regramento desses capitais, mas, não, são absolutamente especulativos.

E o Brasil tão longe daqueles locais de origem do problema, em poucos dias perdeu, para equilibrar a economia no País e para não colocar em risco o real, em torno de 9 bilhões de dólares, simplesmente esfumaçaram do País, desapareceram do País. E onde está esse dinheiro? Vinte por cento da reserva, diz o  Ver. Pedro Américo Leal. E qual a conseqüência disso para manter a supervalorização do real, manter forte, de forma falsa a nossa moeda? É que a taxa de juro, simplesmente, dobrou no País. E a conseqüência desse  fato é que encarece o financiamento, diminui o ritmo industrial, portanto, mais recessão e mais desemprego. Esse é o fato concreto.

 O Jornal Zero Hora de domingo, num bom trabalho feito no Caderno de Economia, faz três cenários: um otimista, um mediano e um pessimista. No cenário otimista, na sua última parte diz: "com um juro alto, o consumidor vai fugir das grandes compras e transformar este no pior Natal da Era Real." Esse é o cenário otimista!

No cenário médio diz: "com tantas empresas, especialmente pequenas e médias, endividadas, pode ocorrer uma quebradeira, embalada pela inadimplência. Outra possibilidade é a de que recrudesça o movimento da incorporação de empresas brasileiras por companhias multinacionais".

E o cenário pessimista, Srs. Vereadores, diz: "as bolsas continuam caindo em todo o mundo, especialmente no Sudeste Asiático. O Brasil pode confirmar previsões de economistas internacionais e se tornar a bola da vez. Ocorre uma fuga generalizada de capitais externos que migram para aplicações mais seguras. O Governo é obrigado a elevar ainda mais os juros para evitar a desvalorização do real. Pode não conseguir e ser obrigado a fazer uma maxidesvalorização. Com o aumento do custo de câmbio e dos juros, o País pode ter de abrir mão da  inflação anual, em torno de 5%, e conformar-se com uma taxa novamente de dois dígitos, entre 10 e 15% ao ano. Também surge o risco de o País entrar em recessão com o crescimento negativo."

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)  Na verdade, há muito tempo o mundo se convenceu que o Brasil  tem um câmbio sobrevalorizado, o que é uma trajetória insustentável para nós nos protegermos.

Quero dizer a V. Exa. que este capital que não pertence a um país determinado, é um capital oscilante, são 30 trilhões de dólares, os tais golondrinos, eles esvoaçam por aí, pertencem a particulares que jogam, e está ameaçada a tranqüilidade do mundo. É uma coisa muito séria. As nações têm que se proteger. E o Brasil  que é a bola da vez, a Argentina  foi antes.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA:  Agradeço o aparte de V. Exa. Peço desculpas ao Ver. Adeli Sell, fico devendo o aparte, pois os oito minutos ficaram pequenos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn, Ausente. Com a palavra o Ver. João Carlos Nedel.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, gostaria de falar sobre um grave problema de Porto Alegre, já que sou Vereador desta Cidade. O Ver. Elói Guimarães e eu tivemos a mesma idéia: falar sobre trânsito. Ainda, hoje, pela manhã, fiquei engarrafado na Av. Ipiranga.

 Esses dias, para um compromisso, próximo à Igreja São Pedro, mesmo saindo dez minutos antes, cheguei 45m atrasado. Diversas pessoas reclamam, a imprensa diariamente reclama, e os graves problemas de trânsito em Porto Alegre não são resolvidos e nem levados a sério por falta de investimentos da Administração Municipal. Fala-se muito na III Perimetral, e também discutiu-se esse assunto aqui e  aprovou-se um financiamento, com um pedido de urgência da minha Bancada, porque estamos realmente preocupados com este grave problema de Porto Alegre: o trânsito.

Estive na Secretaria Municipal de Transportes, na semana passada, e vi poucas perspectivas para a solução dos problemas do trânsito. Não há previsão - afora a Perimetral - para a construção de nenhuma obra de arte. Nós insistimos que a Ramiro Barcelos deve ser melhor aproveitada, que a  Av. Silva Só com a Av. Ipiranga deve ter um tratamento especial, onde deveriam ser feitas construções, mas a Administração do Município alega que o problema de trânsito é o excesso de carros. Peço a atenção, aqui, do ilustre médico Ver. Cláudio Sebenelo: imagine, doutor, se o problema para uma doença não é o remédio e chega-se à conclusão que o problema  é o doente, então mata-se o doente e resolve-se o problema. É o caso do tratamento do trânsito em Porto Alegre, onde querem matar o carro para resolver o problema do trânsito, e não encontram remédio para isso. É impressionante a idéia! Não existe previsão para obras de arte, para alargamento de ruas, para novas ruas e avenidas, pensando no futuro de Porto Alegre. As dificuldades de estacionamento são grandes, e o problema é sempre o carro. Estive fazendo um pequeno exercício matemático, usando essa publicação, muito bem feita,  da Secretaria Municipal dos  Transportes, que diz que a frota de carros de Porto Alegre, atualmente,  é de seiscentos e quarenta e cinco mil carros. E nós sabemos que a produção automobilística dobrará nos próximos seis, sete anos, que de um milhão e meio de produção atingiremos três milhões no ano dois mil e quatro. Estimando que essa frota irá dobrar, imaginemos os problemas que o trânsito irá nos trazer. E o  Ver. Adeli Sell diz que eu não sou muito bom em matemática, mas eu fiz uns breves rabiscos para os quais eu peço uma pequena atenção. Eu hoje, pela manhã fiquei vinte minutos trancado no trânsito, só na Av. Ipiranga. Imaginem se da frota de seiscentos e quarenta e cinco mil carros,  quinhentos mil carros circulam por dia em Porto Alegre e  perdem quinze minutos no trânsito, serão  cento e vinte cinco mil horas perdidas por dia. Multiplicadas por mês e por um custo primário de uma hora de operário, Senhores, nós estamos perdemos, por ano, cento e sessenta e oito milhões de reais, em Porto Alegre! Quantas vidas estão aí embutidas, já que são trezentas e setenta e cinco mil  horas diárias, multiplicando-se, em cada carro, por três pessoas? Só em tempo, eu coloquei um custo de cento e sessenta e oito milhões de reais. Em custo de combustível, jogam-se fora quinhentos mil litros diários, a um custo anual de cento e três milhões e quinhentos mil reais, somando-se duzentos e setenta e dois milhões duzentos e cinqüenta mil reais  por ano jogados fora no trânsito em Porto Alegre. 

Não estou falando nem dos prejuízos ambientais, nem do desgaste do carro e nem dos prejuízos nos negócios que não são efetuados. Eu faço um apelo à Administração Popular para que invista mais no trânsito de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Eliseu Sabino está inscrito e cede seu tempo ao Ver. Luiz Braz.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, cometi uma falha involuntária até com o meu Partido, porque no momento da Sessão em que se homenageava os 43 anos de Getúlio Vargas eu não pude estar presente. Um dos motivos foi porque as minhas condições físicas, hoje, não são as melhores. Eu estou aqui porque não costumo faltar às sessões ordinárias na Câmara Municipal. Um dos motivos de eu não estar bem hoje é por ter acreditado no Ver. Adeli Sell quando ele veio a esta tribuna, na semana passada, e fez uma afirmação de que o DEP havia resolvido o problema dos alagamentos em Porto Alegre. Eu acreditei. Quando começou a chover ontem, eu sendo obrigado a sair para alguns cemitérios para cumprir com minhas obrigações, juntamente com meus familiares, ao atravessar a Av. Bento Gonçalves vi que o Ver. Adeli havia sido traído pelo seu Partido e, de alguma forma, aquilo que haviam transmitido a ele como verdade, não estava correspondendo, pelo menos  num dia de chuva como o de ontem, dez minutos depois que começou a chuva.

Passando a Bento Gonçalves, eu fui até a Princesa Isabel.  Lá, a água cobria a calçada, e a chuva era de intensidade mediana, não era nenhum temporal que pudesse justificar esses alagamentos. Andando mais pela Cidade, eu pude entrar em contato com outros trechos onde os alagamentos eram os mesmos de anos atrás e não haviam sido resolvidos.

Agora, eu vejo no jornal que na Garibaldi os problemas continuam os mesmos, perto da PUC também continuam iguais. Eu acho que o Ver. Adeli Sell, que também acreditou naquilo que alguém do seu Partido passou a ele, de que os problemas haviam sido corrigidos em Porto Alegre, deve ter se sentido traído por aquelas pessoas que passaram a ele essas informações.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, é um grande prazer fazer este debate com V. Exa. Finalmente, os Vereadores da oposição compraram o meu desafio para discutir a questão do funcionamento do DEP e a questão das enchentes.

Ontem, às 16 horas, foi uma chuva torrencial, V. Exa. sabe disso, eu quero desafiar os Srs. Vereadores a me provarem, ponto por ponto, onde piorou a questão dos alagamentos na Cidade. Amanhã vou trazer todos os investimentos do DEP e todos os lugares onde foram feitos investimentos e obras importantes.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Adeli Sell, estou dizendo a V.Exa. onde não melhorou. Piorar, acho que é impossível falar disso nesta Cidade. Então, não melhorou na Bento Gonçalves, esquina com a Vicente da Fontoura, onde passei ontem por dentro de muita água. Na Vicente da Fontoura com a Princesa Isabel também  era um verdadeiro rio. Coisas que já aconteciam no passado, não são de agora. A Garibáldi é um problema antigo, pensei que já estivesse resolvido, mas não foi. Perto da PUC também não foi resolvido. Só para lhe dar alguns pontos.

Então, eu gostaria que V. Exa. me dissesse onde  melhorou? Porque este Vereador, ao sair ontem pela Cidade, num dia de muita chuva, realmente não conseguiu notar onde melhorou. V. Exa. veio a tribuna e defendeu essas melhoras no sistema de esgoto pluvial em nossa Cidade e ontem não notamos essas melhoras. Depois de passar por tanta água, tive problemas de saúde. Gostaria que V. Exa. informasse quais são esses lugares onde houve melhoras, porque, infelizmente não tive a sua sorte, não passei nos locais que já estavam saneados, como V. Exa.  conseguiu passar.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Inclusive, quero fazer um desafio sobre a Feira do Livro. Ontem houve problemas circunstanciais, mas nos 43 anos a Feira sempre teve problemas com livros molhados. Desafio se ontem foi pior do que qualquer outro ano quando houve chuva. Nós temos vários pontos da Cidade já saneados. Toda a Osvaldo Aranha, durante anos e anos ficava  debaixo d'água; o 4ª Distrito, no Bairro São Geraldo também. Onde V.Exa. viu as enchentes que nós vimos anos e anos?

 

O SR. LUIZ BRAZ: A minha peregrinação terminou no Cemitério São João. Fiquei sabendo também sobre o problema do funcionário que não recebia as suas horas-extras porque não tinha o deferimento sobre as suas horas-extras. O processo estava 284 dias sobre a mesa do Sr. Secretário e fiquei sabendo que agora foi despachado o processo. Esse funcionário agora está mais tranqüilo.

 A Administração petista colocou 10 funcionários para fazer a limpeza do Cemitério. Mudou, realmente; alguns problemas que eram graves foram resolvidos, só que depois retiraram esses 10 funcionários, e apenas 4 funcionários continuam trabalhando no Cemitério. Hoje haveria dois enterros para serem realizados e mais toda a limpeza do Cemitério, em virtude do Dia dos Finados de ontem. Esses funcionários não sabiam como iam fazer tudo isso. O problema continua, no Cemitério São João. Estou falando só em problemas vinculados a Porto Alegre, porque vejo que os Vereadores petistas vêm aqui e falam apenas sobre temas nacionais e internacionais, não falam sobre temas locais.

Eu fico com vontade de debater - é como o Ver. Adeli Sell está fazendo agora -  os temas locais, porque esses são de nossa responsabilidade, como é o caso dos alagamentos em Porto Alegre, que o Ver. Adeli Sell trouxe a esta tribuna na semana passada e que estamos trazendo hoje, só que de uma forma diferente,  não aceitando o desafio do Ver. Adeli Sell, com relação à Feira do Livro, porque não passei ontem por  aquele local, mas  visitando outros pontos da Cidade, inclusive com relação ao Bairro onde moro, que é no Partenon/Glória. Eu aceito o desafio, porque ali os problemas não foram resolvidos. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Nereu D'Ávila, Líder do PDT, cede o tempo do Ver. Isaac Ainhorn ao Ver. Cláudio Sebenelo, que está com a palavra.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, seria um dos maiores absurdos a declaração de alguém que se diz a favor do aborto fora dos limites legais, assim mesmo ainda difíceis de se aceitar, isto é, o aborto provocado jamais poderia ser apregoado como uma forma antinatal, ou contraceptiva. Sair pelo mundo a eliminar fetos viáveis, como um Herodes moderno, certamente seria uma atitude genocida, inaceitável. Sabe-se, no entanto, da existência no Brasil, de mais de quatrocentos mil casos de abortos provocados, falando-se em até um milhão de casos por ano, fora das condições legais. 

A esta realidade insuportável e cruel a desafiar nossos foros de defesa biológica e de conservação da espécie, mascarada por uma gravidez interrompida no caminho para a maturação e término desta em consultórios clandestinos ou por obstetras de fim de linha, responsáveis  por uma alta taxa de morbidade e mortalidade em nossas jovens mulheres. Por problemas tradicionais, culturais ou religiosos , a todo instante e lugar, surgem manifestações que ignoram a nossa realidade social, enxovalhada por tantos óbices, como a mortalidade infantil, como as dificuldades da política de saúde, seja na sua implantação, voltada para a promoção da saúde, para a medicina preventiva, para uma medicina curativa mais racional e menos superespecializada, seja numa realidade dura de reincidências de moléstias que, supostamente, estariam erradicadas. Seja pela crítica permanente da imprensa, comprometida com grupos de seguro-saúde da iniciativa privada, tentando desmoralizar o já desprestigiado trabalho da área pública com os seus históricos problemas burocráticos e organizacionais, especialmente no que diz respeito à saúde da mulher, sem direito, ao menos, de planejar a sua família.

 Para cada 100 mil nascimentos, registramos 150 casos de morte materna, índice 20 vezes maior do que o encontrado em países desenvolvidos e o triplo do registrado na Argentina. Nos Estados Unidos, esse índice chega a 10 por 100 mil. A maior parte das mortes ocorrem na classe social mais pobre. No Nordeste brasileiro, essa cifra sobe para 500 por cada 100 mil nascidos vivos. A morte materna - e o registro do Brasil é mais de cinco mil por ano - é acompanhada de um dos componentes mais trágicos, que é o desaparecimento da mãe, provocando a imediata desintegração da família, com crianças abandonadas, sem qualquer perspectiva de sobrevivência. Essa seqüência mórbida transforma-se em sóciopatia grave impondo a saúde da mulher grávida como prioridade.

 Tudo isso deve ser evitado através de uma ampla campanha de esclarecimento, de uma clara política de assistência à mulher, invertendo essa situação absurda dentro da estrutura do SUS. A causa maior é desgraçadamente entre os métodos de controle da natalidade, mormente num país em que ainda apresenta problemas demográficos, localizados principalmente nas marginais das grandes cidades brasileiras, o aborto provocado, a eliminação do filho indesejado sem completar o seu ciclo biológico uterino, sem direito à vida, por um lado, mas livre da futura miséria que o espera e o espreita com tantas doenças sociais nefastas, tanto quanto um filho gerado à revelia e ao acaso, contra o interesse dos seus pais, contra o interesse de uma sociedade.

 O que está em discussão é o porquê da insuficiente prevenção das políticas públicas, durante tanto tempo, de um tema tabu em que estão envolvidos a ética profissional do médico, o nosso sentimento biológico de conservação da espécie além do traumatismo individual e social que sofremos quando da maternidade interrompida. Se não praticamos as regras de prevenção médica, se ainda temos grande parte da população brasileira sem saneamento básico, lacuna que superlota  hospitais, como desejarmos prevenção que interfira diretamente nos atos  da reprodução humana? O que está em discussão  é a consciência de que 98% desta maléfica incidência sobre mulheres brasileiras poderia ser evitada.

É imprescindível que se discuta e se adote, o mais rápido possível, no País, com critérios adequados, respeitadas as condições regionais e sócio-econômicas, a descriminação desse aborto clandestino que vitima atualmente um sem-número de mulheres que deixariam de necessitar de atendimento urgente, muitas vezes, em unidade de tratamento intensivo e não menos freqüentemente morrendo pelas complicações  provocadas pela ignorância, pela falta de condições higiênicas e de mínimas condições técnicas especializadas.

É inaceitável que na virada do século ainda não tenhamos solucionado de vez esta chaga nacional, o morticínio  de mulheres em massa que a cada dia se pratica e que, por preconceitos de qualquer origem, neguem às nossas mães o direito à uma assistência condizente quando mais é indispensável o papel do Estado na formação, na origem da nossa população acoplada à discriminação do aborto, à urgente  adoção de um planejamento familiar já implantado no País pelo Ministério da Saúde, que se dê direito ao casal para optar  pelo formato e quantidade de sua família, seja  na promoção da saúde da mães e do concepto, controlando, primeiro, preventivamente, a grávida, seja  estimulando a alimentação dos nasciturnos em seu primeiro ano quando o aleitamento materno faz parte dessa política. Aliás, pouco se refere a esse verdadeiro crime cometido por interesses alienígenas do leite em pó, que tentaram e conseguiram substituir o leite materno por um produto industrializado, apelando para as excelências do não-aleitamento inclusive a estética da mãe esquecendo o papel epidérmico que o íntimo contato com o seio da mãe, até psicológico, na gênese  da personalidade e dos anticorpos contidos no leite materno como prevenção e matriz da  anticorpogênese do bebê.

Está devidamente comprovado que quanto maior a necessidade econômica, maior o número de filhos. Há uma íntima relação  entre a explosão demográfica  e as condições subdesenvolvidas de uma população. A explosão demográfica é uma das características das populações pobres; a fertilidade do casal estaria diretamente ligada às suas condições sociais. A miséria como garantia de manutenção da espécie "hominis", exigiria, como compensação, o aumento do número médio de filhos por família. Em classe social mais privilegiada economicamente, esse número diminui acentuadamente. Não seria o número de filhos que geraria a pobreza, e sim, o contrário, não seria o grande número de filhos, como nos ensina a Geografia da Fome, de José de Castro. Por isso, é essencial adotarmos políticas em direção ao desenvolvimento, eliminações dos bolsões de miséria às margens das nossas megalópolis. Com a descriminação do aborto, com planejamento familiar, com o pleno emprego e bem-estar social, com políticas estatais que protejam a mulher e seus filhos, estaremos nessa direção, combatendo um dos maiores e mais antigos genocídios já praticados contra a mulher brasileira e que nos aflige desde os nossos primórdios. É urgente, é irreversível, é uma questão humanitária na defesa da formação da nossa gente, uma questão que mexe com as nossas raízes, com a nossa gênese, com a nossa vergonha. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)              

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Passamos à

 

ORDEM  DO  DIA

 

O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a alteração na ordem dos Projetos. Que sejam votados na seguinte ordem de páginas: PLCE nº 008/97, PLL nº 136/97, PLL nº 149/97, PLL nº 157/97, PR nº 027/97 e PLL nº 026/97.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento):  Sugiro ao Ver. João Dib que na relação  sugerida  sejam incluídos os PLL nº 064/97 e PLL nº086/97 que têm todos os pareceres favoráveis, e não suscitarão discussão.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. João Dib, com o adendo do Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Solicito ao Ver. Reginaldo Pujol que assuma a presidência dos trabalhos, porque gostaria de usar o tempo de Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra em Comunicação de Presidente.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu pretendo fazer, apenas, uma preliminar de um assunto que eu considero que deva ser tratado internamente na Casa para depois tomar fóruns de debates na imprensa. Acho que devemos nos esclarecer, mutuamente, para que não ocorram interpretações precipitadas.

A minha colocação se refere a uma série de esforços da Mesa Diretora para tentar reorganizar os serviços administrativos. Porém, quando toca na área de pessoal, o assunto toma alguns aspectos que poderiam ser explorados de forma não conveniente para todos nós. Nós, desde o início do ano, conforme prevê o Plano de Metas,  estamos tentando organizar algumas questões. Uma delas já passou por este  plenário, diz respeito ao Plano de Carreira  de Assessores e Assistentes, foi aprovado por unanimidade, depois de muito discutido, já  pelo quarto, quinto  ano consecutivo.  Aprovada dentro de uma rigorosa obediência a qualquer   aspecto regimental, estatutário e inclusive ligado  à Lei Orgânica e à Constituição.  Depois,  houve uma questão da aposentadoria  de oficiais de transporte que estava, há quatro anos,  reclusa e que esta Mesa, com os Diretores atuais da Casa,  enfrentou o problema, com a participação da  Procuradoria, com  consultas ao Tribunal de Contas, e o assunto  foi resolvido. São questões  que vinham nos deixando angustiados,  principalmente,  o quadro funcional.

 Posteriormente, num esforço feito no  início da gestão, fruto de uma discussão  entre os grupos partidários,  tentamos reorganizar  a distribuição dos cargos, esse  ponto sempre chama a atenção. Fui procurado pela imprensa  por coisas que a gente nem sabia que estavam acontecendo  na Câmara, fiquei pensando: será que serei o último? Recorri aos dados para ver o que está acontecendo hoje na Câmara.  Nós temos,   no quadro  de cargos efetivos,  317 previstos e 249 providos, há uma sobra de 83 cargos,  é mais do que 10%  do total dos cargos da Casa. Nos Cargos em Comissão,  temos uma previsão de 227, com 223 providos; sobram quatro cargos. Nas Funções Gratificadas temos 106 propostas, das quais são usadas 105. Isso são dados de um determinado momento, poderá hoje ter mudado para mais ou para menos em qualquer dessas questões, porque no dia-a-dia é possível que haja mudança, principalmente no que se refere a Funções Gratificadas e Cargos em Comissão. Também nos Cargos em Comissão ou Funções Gratificadas temos cinco cargos previstos e cinco providos. O total de cargos previstos que a Câmara dispõe é de 718 e o que ela ocupa é de 630, ou seja, 88 cargos a menos ou 12, 25% a menos do seu potencial, o que para nós é motivo de tranqüilidade, pois estamos tentando manter o mínimo de funcionários com o máximo de eficiência, inclusive porque estamos informatizando a Casa, o que não significa diminuir empregos ou cargos, mas melhorar as condições de produção desses cargos, modernizar para valer. E ainda temos 86 cargos disponíveis, que são as chamadas cedências, que antes eram 125 e hoje temos 86, sendo cinco da Câmara para outras entidades.

Existe um Projeto de Lei do Ver. João Dib, eu não vou entrar no assunto para não tomar muito tempo - teríamos várias outras coisas, como por exemplo, a necessidade urgente de um médico, e por isso estamos propondo a criação do cargo, por um tempo determinado, de um CC para médico, pois das duas médicas que ainda estão em serviço, uma está grávida, prestes a entrar em licença, e a outra está assoberbada; antes tínhamos quatro médicos, que eram sempre cedidos, e o que não era cedido se aposentou.

Outra coisa, estamos organizando, através da participação de todos os diretores, principalmente da Direção-Geral, com a Assessoria Técnica Parlamentar,  um novo concurso, com a participação também da Diretoria Administrativa. Esse novo concurso significa que todos os setores da Casa, onde os cargos não estão providos e são necessários, precisa ser feito concurso, porque não existem pessoas concursadas, como na área de jornalismo e na área de Relações Públicas.

 Hoje, na Câmara, existem algumas áreas informais, ou seja, a área de Relações Públicas não está no organograma e nem no plano geral de cargos e salários. A Gerência de Obras e Manutenção também não está em nenhum lugar do organograma. Por exemplo, foi criado, e eu acho que está sendo feito um excelente trabalho, o setor do  Memorial, que está fazendo uma série de eventos na Casa, que também não existe no organograma da Casa. Por isso nós propomos que se reorganize o organograma, principalmente para destinar essas funções. Porque mexer nos cargos de Plano  de carreira em geral é algo muito mais difícil. Mas vamos fazendo minirreformas e esperamos que a próxima direção da Casa vai, com mais fôlego, durante o ano, mexer no global já com as coisas mais distribuídas e dentro de suas funções reais, que hoje são de fato, mas  não são de direito.

O Ver. João Dib, que tem essa preocupação, quem sabe mais do que nós outros, mas não diferente em conteúdo, entrou, no início do ano, com um Projeto de Lei que propõe a extinção de vinte e dois cargos - 20 CC-5 e 02 CC-6. Esses cargos, todos nós sabemos, cada ano têm servido para uma disputa entre os Vereadores e, muitas vezes, como um pano de fundo, entre acordos partidários para liderar a Mesa Diretiva.

Achamos que isso não é uma coisa boa e sabemos, também, que todos concordam conosco. Consultando um a um, tenho certeza que os Vereadores acham que não é bom que existam cargos sem destinação. Esses cargos nós distribuímos rigorosamente, dentro do que foi proposto, dos critérios entre os Vereadores. Cada Vereador da Casa tem um desses 22 cargos, 11 Vereadores não têm, porque não tinha para 33, tinha para 22. O que é que nós fizemos? Tem nove Bancadas, tem 9 líderes. Os nove líderes não receberam esse cargo também, porque eles já  têm o cargo de liderança que compensava, em parte, esse tipo de coisa. Inclusive, o Líder do PT e de todos os outros Partidos, não tem esse  4º. cargo que nós destinamos.

 Esse 4º. cargo, hoje, é reclamado por alguns e com razão. Eu e o Ver. Guilherme Barbosa, porque tem 11 que faltam e tem 9 Bancadas, no critério usado, ficamos sem nenhum. E porque nós dois somos da Mesa e somos do Partido do Governo, achamos que tínhamos que dar esse exemplo, abrindo mão dele. Não que nós não o quiséssemos, pois faz uma falta medonha esse 4º cargo, mas porque achamos que era uma forma de suprir essa dificuldade momentânea.

 

O Sr. João Dib: V.Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Presidente, não são 11 que faltam, mas 13 ou 14.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Ver. João Dib, eu faço questão de formular assim, se V.Exa. depois tiver algum número que não coincida, acho que não há problema de nós vermos, pode ser 14, mas eu tenho essa conta de 11, porque são 22 cargos para 33, portanto, faltam 11. Desses 22, dois são CC-6 e 2O são CC-5.

O que eu estou propondo hoje junto com a Mesa?

 

O SR. PRESIDENTE: V.Exa. tem o tempo necessário para falar, o Regimento é omisso a esse detalhe. Só informo que V.Exa. está usando a tribuna há mais de 10 minutos. De outro lado, informo ao Plenário que não é possível esse diálogo que está se realizando, é anti-regimental. V.Exa. não pode conceder aparte.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: A Mesa nos alerta. Eu entendi que, nessa forma de Presidência, até era bom que se fizesse o diálogo.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu saliento a V.Exa. que há muito pouco aprovou o Regimento, mas esse é o entendimento que chegou na Mesa.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Vou resumir da seguinte forma: nós estamos propondo aos Srs. Vereadores que, ao invés da extinção de 20 ou 22 cargos, conforme pede o Ver. João Dib, criemos os que faltam para garantir que todos os Vereadores, daqui para diante, tenham o quarto cargo, só isto.

 Outro ponto: as bancadas da Casa - vim aqui meio despreparado, tem que ficar bem claro, a imprensa está aqui, louca para saber o que está acontecendo, tem gente querendo fazer carnaval com isso, acho que não deve, pois estamos querendo fazer uma coisa muito cuidadosa - as bancadas tanto de um, como de cinco, oito ou dez, tem um assessor por bancada e um por líder, são no máximo dois.

 Estamos propondo uma estrutura que diminui a atual Assessoria Técnica Parlamentar para, no máximo, cinco cargos. E no momento diminuiria, totalmente, para se criar os cargos por concurso, como cargo de carreira nesta Casa, para não haver cada ano aquele problema de estar nomeando pessoas de partidos, que não sabe o que está acontecendo aqui dentro, e entram para fazer a principal assessoria da Casa. E dizendo que esses cargos tem que ser deslocados, proporcionalmente, às bancada.

 O estudo feito, já foi envidado para os Srs. Líderes. Poderá ser enviado para todos os Vereadores, mostra que não criamos cargos, só deslocamos cargos, e nenhuma bancada perde. Isso foi uma ginástica incrível.  Mas nenhuma bancada perde, tem uma ou duas que ganham um assessor, e não é a do PT. Já vou dizendo para não haver nenhum problema nesse sentido.

 Terceiro, o que estou  colocando para os Vereadores, vou tirar cópia e mandar distribuir para todos. Esses dois projetos estão distribuídos para os Vereadores, em nível das lideranças, por quê?  Porque achamos que as lideranças reúnem-se com os partidos, chamam a nossa assessoria que esclarece e vamos resolvendo os problemas.

 Fiz um levantamento das câmaras de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. Vou dar em números, em São Paulo, por vereador, fora a estrutura da Câmara, os números são para cada Vereador. O gabinete tem  direito  de nomear, no caso de São Paulo, 18 cargos; no Rio de Janeiro são 20 cargos; em Belo Horizonte, 15 cargos; em Curitiba, que todos cantam em prosa e verso, 6 cargos, mais chofer, que todos têm. Em todas essas cidades todos têm carro da Prefeitura, e em alguns casos 2 oficiais de máquina. Os salários,  por exemplo, em Belo Horizonte, se  estipula 14 mil reais para pagamento dos funcionários do gabinete. Entretanto, nós fizemos o cálculo, em nossa Câmara, e se formos fazer o bruto recebido pelos funcionários nomeados, que hoje são 3,  dá 3 mil e 700 reais, tudo. São Paulo, que tem o menor salário de quase 500 reais, e o maior  de 6.500,  tem, ainda, 20 mil reais para distribuir entre os Vereadores, para gastos com os seus assessores, durante cada mês.

Não tenho nenhuma dúvida, Srs. Vereadores, de que o que nós estamos propondo é da maior seriedade e da maior necessidade. Não estamos gastando mais do que 70 e poucos mil reais, por ano, para suprir esses cargos. Acho importante que cada bancada discuta internamente para que, depois, possamos fazer uma reunião de Mesa e Lideranças, para tocarmos esse assunto à frente, uma vez que se aproxima o final do ano. É melhor que façamos neste ano para que o próximo Presidente, a próxima Mesa, já assumam dentro de um clima sem problemas de divisionismo de cargos, de loteamentos, que é uma coisa que achamos estar errada e que, protocolarmente, todos declararam ser contra. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 3112/97 -  PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 008/97, que altera os artigos 3º, 4º e 5º da Lei Complementar nº 79, de 10 de janeiro de 1983, e dá outras providências. (viabilização da construção do edifício-sede da Procuradoria da República no Centro Administrativo Federal) Urgência.

 

Parecer Conjunto

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e CECE. Relator-Geral Ver. João Dib: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, I, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Discussão Geral e Votação do  PLCE nº 008/97. Em discussão. (Pausa.) Em votação nominal a requerimento do Ver Pedro Ruas. (Após chamada.)  Por 25 votos SIM. APROVADO por unanimidade.                   

 

O SR. PRESIDENTE: Registramos a presença ilustre e bem-vinda da Procuradora-Chefe, da Procuradoria-Geral da República, no Rio Grande do Sul, Dra. Carla Veríssimo de Carli que está acompanhando pari passu a votação deste Projeto.

É importante esclarecer que a urgência desta votação se deve ao fato de que se não houver um encaminhamento da concorrência para a construção do prédio, ainda este ano, a verba poderia ser perdida e havia uma necessidade de adequação dos gabaritos, em função de que o gabarito previsto em 1979 era diferente dos demais, da vizinhança e não possibilitava a condução do Projeto como ele foi pensado; embora, posso também afirmar que não há aumento de áreas e sim a volumetria que foi modificada por este Projeto. Assim, a Dra. Carla estava muito preocupada e nós tivemos o apoio dos Srs. Vereadores, num Projeto absolutamente transparente, com toda a cobertura técnica e principalmente do Ver. João Dib que, rapidamente, deu o Parecer Conjunto, que foi votado na Sessão de quarta-feira passada.

Agradecemos a presença da Dra. Carla, seja sempre bem-vinda entre nós.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1262/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 064/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que denomina Av. Vereador Pozzolo de Oliveira um logradouro irregular localizado no Núcleo Esperança 1 - DEMHAB, no Bairro Restinga.  

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto.    

 

O SR. PRESIDENTE:  Em votação o PLL nº 064/97. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero ser muito objetivo discutindo a matéria e declaro que não estou me dirigindo ao Ver. João Dib, Ver. Lauro Hagemann e ao Ver. Elói Guimarães, dirijo-me aos novos Vereadores, aqueles que estão a menos tempo aqui na Casa e que  não tiveram o privilégio  de participar da vida pública junto com o Ver. Pozzolo de Oliveira, que foi o primeiro diretor do Departamento da Casa Popular, que se transformou em Departamento Municipal de Habitação, e que, na sua história tem a  seu favor a circunstância de ter sido o encaminhador das primeiras moradias do Bairro Restinga, antiga Restinga Velha, as primeiras 200 moradias. Durante  um período de crise semelhante ao que vivemos hoje de grandes  enchentes. Foi objeto de uma desapropriação ali instalaram a primeira moradia que gerou o embrião do complexo Restinga e criou as condições objetivas, para que algum tempo depois o Dr. Telmo Thompson Flores pudesse desapropriar toda a gleba onde se insere o Conjunto Residencial Nova Restinga com as suas quatro unidades e com seus núcleos de apartamentos e assim por diante.

Ocorre que o tempo apaga da memória muitas coisas. Nós fomos procurados  por inúmeras pessoas amigas de Pozzolo de Oliveira que sentiam a necessidade de que a Cidade tributasse a esse ex-Vereador e ex-Diretor do Departamento Municipal de Habitação, a homenagem que estamos possibilitando que seja prestada, com a denominação dessa Avenida localizada na Restinga, já completamente urbanizada no dia de hoje, através de um Projeto de Lei que satisfez todos os pré-requisitos que a lei determina, inclusive o apoio popular dos moradores da Avenida, conforme pode-se verificar em breve manuseio do Projeto.

Peço aos Companheiros de representação popular que tributem esta homenagem a alguém como nós que um dia esteve nesta Casa, por mais de uma oportunidade, representando o povo de Porto de Porto Alegre, e que hoje, não convivendo mais entre nós, pelas razões ditadas pela vontade superior de quem comanda o universo, certamente terá nessa homenagem o resgate para a sua família, para seus amigos que, com toda segurança, irão observar que no Legislativo de Porto Alegre, onde Pozzolo de Oliveira atuou com tanta intensidade, o seu nome não caiu no esquecimento. Esta homenagem é justa como pode-se antever nas manifestações de todas as comissões que, por unanimidade, recomendaram a aprovação, fato  que vamos chancelar, homologando neste momento através do nosso voto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, fico muito feliz por ter a oportunidade de estar aqui votando esse Projeto que presta uma homenagem ao ex-Vereador Pozzolo de Oliveira, colocando o seu nome em um logradouro irregular localizado no Núcleo Esperança I, DEMHAB, no Bairro Restinga.

O Ver. Reginaldo Pujol fez aqui um apanhado de algumas das qualidades do Ver. Pozzolo de Oliveira. Eu tive a oportunidade de conviver com esse Vereador, quando ele veio para esta Casa, na condição de suplente, substituindo o então Ver. Rafael dos Santos. O Ver. Pozzolo de Oliveira, naquela época, estava com problema visual, era um deficiente visual, mas se portava de uma forma que, muitas vezes, nos surpreendia. Parecia  conhecer muito mais do que nós, que enxergávamos muito bem, os problemas da Casa. Era, realmente, um grande conhecedor da Cidade. Ele, na luta para vencer o seu problema de deficiência visual, e na  luta para poder exercer bem as funções como Vereador desta Casa, deu para todos nós, Vereadores que convivemos com ele, grandes exemplos de como, realmente, deve-se portar um parlamentar. Ele foi um dos homens chaves do sistema da casa popular, um dos homens que mais conhecia este sistema da casa popular. Ele merece esta homenagem que está sendo prestada, agora, através deste Projeto de Lei, apresentado pelo Ver. Reginaldo Pujol.

Fico feliz ao lembrar a imagem do Vereador Pozzolo de Oliveira em ação, nesta Casa. É um reconhecimento que faço por alguém que me ensinou muito, em matéria de Câmara Municipal, em matéria de ação de um Vereador. Este reconhecimento que esta Casa faz, que a Cidade faz à figura de Pozzolo de Oliveira é uma das coisas mais justas que nós já votamos aqui, neste Parlamento. Merecem, pelo menos de minha parte, todo o reconhecimento as ações do ex-Vereador Milton Pozzolo de Oliveira.

Apenas registro com tristeza que ele, que trabalhou tanto, deixou a sua família com vários problemas econômicos. A sua família, hoje, tem que lutar muito para que eles possam continuar tendo uma sobrevivência digna, aquela que o Pozzolo sempre quis que eles tivessem. É com tristeza que nós fazemos este registro, das condições atuais da família  do Ex-Vereador Pozzolo de Oliveira. Mas voto com muita satisfação, este Projeto de Lei, nesta homenagem que se faz ao Ex-Vereador Pozzolo. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Andou bem o Ver. Reginaldo Pujol ao solicitar a esta Casa que dê um nome de uma das vias públicas do Município de Porto Alegre ao Ex-Vereador Pozzolo de Oliveira.

Guardo do Pozzolo uma memória muito agradável, muito simpática, porque começamos juntos a atividade parlamentar em 1964. Ele fora  eleito pelo Partido Democrata Cristão, naquela época ainda havia siglas partidárias. Tivemos a oportunidade de conviver por dois anos na Câmara Municipal de Porto Alegre. Depois, ele ficou no âmbito municipal e eu fui eleito para a Assembléia Legislativa. Lá, dois anos depois, fui cassado, mas Pozzolo, mesmo depois da cassação, sempre teve uma imagem simpática,  porque sempre tivemos uma fraterna convivência, mesmo  afastados politicamente. Ele era um cidadão que não tinha restrições políticas, era um servidor  da sociedade Porto-alegrense e foi aí que se notabilizou, na questão habitacional de Porto Alegre.

O Ver. Braz já falou sobre o final da vida do Pozzolo, foi muito dolorosa, pois sofria de diabetes e com isso foi ficando sem a visão, acabou cego e seus últimos dias foram de muita  aflição.

Felizmente a  Cidade  vai colocar o nome de Pozzolo de Oliveira em uma de suas ruas para, pelo tempo que for possível, guardar esse nome que atravessou um período muito complicado da vida política de Porto Alegre, que foi logo após o golpe de 1964 e o Pozzolo teve a hombridade de passar por esse processo sem deixar nenhum rastro negativo.

Saúdo a iniciativa do Ver. Pujol e quero contribuir com essa pequena peroração para que a Casa vote por unanimidade o nome de Pozzolo de Oliveira como merecedor absoluto desta homenagem. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)    

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Elói Guimarães para encaminhar.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, apenas e tão somente para consignar a adequação dessa iniciativa, justíssima. O ex-Vereador, ex-Diretor da Casa Popular Pozzolo de Oliveira foi um homem que marcou durante o seu período a sua luta em defesa da habitação popular.

Quando o Ver. Reginaldo Pujol dá um nome de rua a um bairro que tem a fisionomia popular como a Restinga, isso se coloca de forma mais adequada. Não só a justiça, mas a adequação de um nome a uma área popular da Cidade, porque se colocasse o nome do ex-Vereador, ex-Diretor da Casa Popular Pozzolo de Oliveira numa área com outras características, prediais,  não rimaria. Agora, colocar o nome de Pozzolo de Oliveira na Vila Restinga é rima perfeita. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Apregoamos a Emenda nº 1 ao PLL nº 087/97. (Lê a Emenda.)

Com a palavra o Ver. João Dib para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, antes de mais nada, quero cumprimentar o Ver. Reginaldo Pujol pela proposição. Em segundo lugar, quero cumprimentar também o Ver. Luiz Braz pela colocação que fez no seu pronunciamento. Fui Diretor-Geral do DMAE enquanto o Milton Pozzolo era Diretor-Geral do DEMHAB. Nós fomos candidatos juntos e ele já havia sido Vereador. Foi o meu primeiro Líder na Câmara Municipal e quem me encaminhou nas primeiras ocupações que fiz na tribuna e, às vezes, me colocando em uma situação que entendi que era difícil, mas me saí bem.

A Câmara, hoje, homenageia essa figura que criou o Bairro Restinga. Eu estava com ele quando, juntamente com o Prefeito Célio Marques Fernandes, compraram por cento e quarenta mil cruzeiros uma área bastante grande para fazer a remoção de algumas casas da Cidade que estavam com risco e a partir daí outras áreas foram acrescidas.  Hoje temos aquela magnífica realidade que é a Restinga, feita, na maior parte, ou na totalidade, nas Administrações de Telmo Thompson Flores, Guilherme Socias Vilella e João Dib.

Mas, se eu cumprimentei o Ver. Luiz Braz é porque a vida pública é realmente um tanto quanto complicada. O Ver. Pozzolo, que faleceu cego, deixou, da sua segunda esposa, dois filhos, que hoje passam muito trabalho e não têm assistência nenhuma. Hoje mesmo um Vereador me perguntava o que acontece quando falece um Vereador, que direitos tem a família. Eu respondi: nenhum! Então, talvez seja um motivo de reflexão para todos aqueles que pensam que alguém que assume um posto na vida pública sai rico. O Ver. Pozzolo tinha a necessidade, no fim da sua vida, de assumir eventualmente a Câmara, de ter um cargo em comissão na Prefeitura para poder sobreviver. É bom que seja levado à consideração. Um homem digno, bom, sério e competente, um desportista que, de repente, precisava ser conduzido.

De qualquer forma é meritória a propositura do Ver. Reginaldo Pujol, e colocou muito bem o Ver. Luiz Braz ao falar da sua família. Saúde e paz. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 064/97. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.                              

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1430/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 086/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que estabelece proibição, às bancas de jornais e revistas, livrarias, sebos e similares, de exposição e venda de publicações sobre armas e munições, sem embalagens lacradas, no Município de Porto Alegre. Com Emenda nº 01.  

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relatora Verª. Anamaria Negroni: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CECE. Relator  Ver. Eliseu  Sabino:  pela  aprovação  do  Projeto  e  da  Emenda nº 01;

- da COSMAM. Relator   Ver.  Pedro  Américo  Leal:   pela   aprovação  do Projeto e da Emenda nº 01.       

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 086/97. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

Em discussão a Emenda nº 1 aposta ao PLL nº 086/97. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade dos presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2360/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 136/97, de autoria do Ver. João Dib, que altera a Lei nº 5621, de 13.09.1985, que denomina Praça Dr. Oscar Sális um logradouro público.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. José Valdir: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto.    

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão  o PLL n° 136/97. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade dos presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2460/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 149/97, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Dom Edmundo Luís Kunz um logradouro público localizado no Bairro Farrapos. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. João Dib: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Antônio Losada: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CECE. Relator Ver. Décio Schauren: pela  aprovação  do  Projeto  e  da Emenda nº 01.        

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 149/97 com Emenda nº 01.(Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação a Emenda nº 01 aposta ao PLL nº 149/97. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, requeiro que o PLL nº 090/96, de minha autoria, seja colocado em discussão e votação por último, na Ordem do Dia de hoje.

 

O SR. PRESIDENTE:  Em votação o Requerimento do Ver. Antonio  Hohlfeldt. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2634/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 157/97, de autoria do Ver. Décio Schauren, que denomina Rua Nelson Duarte Brochado um logradouro irregular localizado na Vila São Judas Tadeu, no Bairro Partenon.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Ávila: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relatora Verª. Anamaria Negroni: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto.          

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão  o PLL nº 157/97. (Pausa.)Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2635/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 027/97, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que concede a Comenda Pedro Weingärtner à artista plástica Paulina Laks Eizirik.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Carlos Garcia: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PR nº 027/97. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC.  0784/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 026/97, de autoria do Ver. Paulo Brum, que obriga os estabelecimentos comerciais (bares, lancherias, restaurantes e congêneres), com capacidade igual ou superior a 100 (cem) lugares, a adaptar os banheiros para o uso de pessoas portadoras de deficiências. Com Emendas nºs 01, 02, 03, 04 e 05.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01, 02 e 03.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.       

 

O SR. PRESIDENTE  (Guilherme Barbosa):  Em Discussão Geral e Votação PLL nº  026/97.(Pausa.) Em votação. (Pausa.) O Ver. Paulo Brum está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores.  Eu só vou encaminhar para poder  esclarecer aos Srs. Vereadores quanto à  votação das Emendas. Neste Projeto de Lei,  buscamos,  de alguma maneira,  resgatar o direito  de o cidadão, portador de deficiência física, poder participar da vida social da nossa Cidade, ou seja, de ele poder entrar num restaurante, numa churrascaria, num bar e ter acesso aos banheiros, porque do jeito que está fica muito difícil um cidadão portador de deficiência física participar do processo social, pois não há ainda em Porto Alegre nenhum restaurante com banheiros adequados aos portadores de deficiência física, notadamente os que usam cadeira de rodas. Nós entramos com esse Projeto e, para nossa satisfação, recebemos emendas que, com certeza, vêm completar e fazer com que esse Projeto seja efetivado.

A Emenda nº 1, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, prevê a adaptação de, no mínimo, um banheiro feminino e um masculino, o que facilita bastante. As emendas 2, 3, 4 e 5 já passaram pelo crivo técnico da Prefeitura, o que enobrece o nosso Projeto e contribui para que ele, de fato, seja concretizado. Por isso, peço aos Srs. Vereadores que aprovem o Projeto, bem como as Emendas 1, 2, 3, 4 e 5. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  Em votação o PLL nº 026/97, de autoria do Ver. Paulo Brum. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com o voto contrário do Ver. João Dib.

A Mesa orienta os Srs. Vereadores na votação das Emendas. Uma vez aprovada a Emenda nº 1, prejudica parcialmente as Emendas 3 e 4.

Se aprovada a Emenda 3, prejudica parcialmente a Emenda 4 naquilo que foi alterado pela Emenda 3, restando a ser apreciada a inclusão da expressão "ou construir" após a expressão "adaptar"  no artigo 1º do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 1 aposta ao PLL 026/97. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA  a Emenda nº 1 contra o voto do Ver. João Dib.

Em votação a Emenda nº 2 aposta ao PLL 026/97. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)  APROVADA a Emenda nº 2 contra o voto do Ver. João Dib.

Em votação a Emenda nº 3 aposta ao PLL 026/97. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)  APROVADA  a Emenda nº 3 contra o voto do Ver. João Dib.

Em votação a Emenda nº 4 aposta ao PLL 026/97. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)  APROVADA  a Emenda nº 4 contra o voto do Ver. João Dib.

Em votação a Emenda nº 5 aposta ao PLL 026/97. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)  APROVADA  a Emenda nº 5 contra o voto do Ver. João Dib.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1153/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 001/97, que institui o Código de Proteção contra Incêndio de Porto Alegre e dá outras providências. Com Emendas nºs 01 a 26. Com Mensagem Retificativa.

 

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Cyro Martini: pela aprovação do Projeto, das Emendas nºs 01 a 13 e da Mensagem Retificativa;

- da CEFOR. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto, das Emendas nºs 01 a 13 e da Mensagem Retificativa;

- da CUTHAB. Relator Ver. José Valdir: pela aprovação do Projeto, das Emendas nºs 01 a 13 e da Mensagem Retificativa.

                 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, I, da LOM;                                                                         

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.       

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): PLE nº 001/97. Em discussão. (Pausa.)

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o  art. 76 da Lei Orgânica diz que dos Projetos de Códigos as respectivas Exposições de Motivos, antes de submetidas à discussão da Câmara Municipal, será dada a divulgação mais ampla possível. Eu não conheço nada que tenha divulgado esse material, até está sendo votado na forma do art. 81, impedindo, inclusive, a ampla discussão.

 

O SR. PRESIDENTE: Há um pedido de adiamento por duas Sessões do referido Processo, de autoria do Ver. Guilherme Barbosa.

 O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA:  Sr. Presidente, Srs. Vereadores. O pedido de adiamento se deve a conversações mantidas, principalmente, com o Ver. Antonio Hohlfeldt, pelo fato deste Projeto já ter tramitado na Casa em 1996 e, até o final do ano, não conseguiu ser votado. O Executivo manda à Casa uma outra redação, digamos assim, do Projeto, com modificações mais de forma do que de conteúdo. Ele está na Casa desde abril de 1997. Portanto, há sete meses.

Fiquei responsável de acompanhá-lo, pela bancada do PT, com muita satisfação, inclusive, pela importância que o projeto tem para a Cidade. Esperei que passasse em importantes Comissões, sem desprezar as outras,  mas com relação ao tema. Já tramitou na CCJ, CEFOR e CUTHAB.  Quando ele passou na CUTHAB pedi o art. 81.

Em seguida o Ver. Antonio Hohlfeldt comunicou que havia apresentado 10 emendas no ano passado, e que por alguma razão não foram apresentadas, ou anexadas, ao projeto em 1997.

Para que houvesse esta possibilidade e, recebendo o aval da Liderança, tinha pedido o adiamento por duas sessões para que houvesse a possibilidade de apresentação e discussão das emendas.

Então, refaço o pedido e informo, não só ao Ver. João Dib, mas também aos outros Vereadores da Casa, que não houve, de fato, por parte do Executivo esta audiência pública para discutir o projeto.

 É importante dizer que este projeto, apesar de ter sido encaminhado pelo Executivo Municipal, é produto de muitas mãos, da SMOV, DMAE,  Corpo de Bombeiros, Sociedade de Engenharia; se não me engano, também o CREA e professores universitários que conhecem o tema. Portanto, é produto não só do Executivo Municipal, mas de todas as entidades que se referem a este assunto. E já são muitos anos que ele vem sendo discutido. Se não foi feita uma audiência pública, a própria produção do projeto foi uma espécie de audiência pública permanente pela amplitude da discussão realizada neste Código de Incêndios.  Peço o adiamento da discussão por duas sessões. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu faria uma propositura: rasgue-se a Lei Orgânica e comece tudo de novo. Não tem por que fazer a Lei Orgânica, não tem por que jurar cumprir a Lei Orgânica, se vou descumpri-la na primeira esquina.

A Lei Orgânica no art. 76, § Primeiro, fala que até a exposição de motivos deve ser divulgada amplamente, e eu gostaria que fosse divulgada para se conhecer a incompetência de um Executivo Municipal, onde em 15 linhas, um Prefeito de uma Cidade como Porto Alegre assina um documento que diz que essa matéria tramitou na Legislação passada, e quando ele queria dizer "matéria versando..." ele disse "visando". Ora, não é possível que a matéria não tenha, em todo esse expediente, uma demonstração de que a Sociedade de Engenharia tenha sido ouvida, de que o SINDUSCON foi ouvido, de que o Corpo de Bombeiros foi ouvido, de que a população em geral tenha sido ouvida -  é o que está escrito aqui, e não fui eu que escrevi, não fui eu que votei sozinho; eu fui um dos 33 que votou -. Eu não posso entender e não aceito que uma Câmara como Porto Alegre peça o art. 81 para  votar uma matéria dessa importância, quando a Lei Orgânica diz que tem que ser divulgada amplamente.

Por que não chamar numa das Comissões, na CUTHAB, por exemplo, uma série de entidades que poderiam dar a sua opinião. Eu sei que o Ver. Pedro Américo Leal e o Ver. Adeli Sell foram ao Corpo de Bombeiros e encaminharam a questão. Eu, quando recebi o Projeto encaminhei para uma pessoa que achei que poderia responder, pois achei que entendia do assunto, mas também não me respondeu. Não sei de a Casa ter dito, ao menos, que está à disposição para o debate ou está à disposição para tomar conhecimento. Não é o Executivo que tem que fazer isso; é a Câmara que tem que fazer. Se não for feito isso, recomendo, com toda a tranqüilidade: rasgue-se a Lei Orgânica!

Ver. Juarez Pinheiro, meu amigo querido e meu assessor jurídico por algumas horas, eu não estou falando no Fernando Henrique Cardoso, o Presidente de todos os brasileiros, inclusive de V. Exa.. Estou falando do Raul Pont, que encaminhou um Projeto de Lei, dizendo que na  legislação passada esteve na Casa um projeto visando sobre matéria idêntica. Ele queria dizer versando. Ora, e há controvérsias inclusive na exposição que ele faz, sucinta para uma matéria de tamanha importância, tem 15 linhas... " Considerando que  o uso da oportunidade para apresentar os  meus cordiais cumprimentos. Raul Pont." Eu diminuo duas linhas, só ficam treze linhas. E ele conseguiu cometer os erros que cometeu. " Como a Comissão Consultiva para proteção contra incêndio julgou necessária a modificação e a revisão de alguns artigos, estou enviando um novo projeto que mantém, porém, as mesmas características. "  O mínimo que se poderia fazer seria expor  aqui as colocações todas para a Comissão de Proteção e Incêndio. Mas não tem  nada disso. Eu continuo sugerindo:  rasgue-se a Lei Orgânica e comece tudo de novo. Voto contra qualquer coisa. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o pedido de adiamento por duas sessões do PLCL nº 01/97 do Ver. Guilherme Barbosa. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO contra o voto do Ver. João Dib.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1431/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 087/97, do Ver. Reginaldo Pujol, que dispõe sobre o fornecimento de exemplares da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre aos estudantes de Direito.  

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Cyro Martini: pela rejeição do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- adiada a discussão por quatro Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o pedido de dispensa do envio das Emendas nº 01 e nº 02 às comissões. Os Srs. Vereadores que o aprovam, permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em discussão o PLL nº 087/97. Encerrada a discussão. Em votação o PLL nº 087/97. O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, venho a esta tribuna apenas para esclarecer as duas emendas. A Bancada do Partido dos Trabalhadores decidiu-se por votar favorável ao Projeto do Ver. Reginaldo Pujol, Líder do PFL, mas acrescenta duas emendas que com certeza teria a concordância de quem propôs a matéria, se estivesse aqui no Plenário neste momento. A primeira das emendas dispõe que será estabelecida a quota anual para atender ao disposto no "caput". Por óbvio, é preciso que seja estabelecida uma quota mínima para que não haja uma requisição acima das dotações que se tem nessa matéria. Em segundo lugar, a proposta dizia relativamente para estudantes de Direito. Ora, nós entendemos que estudantes de Sociologia, por exemplo, estudantes de  Medicina , estudantes de primeiro e segundo graus, também têm direito de conhecer a Carta do município onde residem. Então, essas são as pequenas emendas no sentido de aperfeiçoar a proposta do Ver. Pujol e fazer com que ela tenha mais brilho e possa atingir os objetivos colimados. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL nº 087/97 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação Emenda nº 01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação Emenda nº 02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.  APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1692/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 106/97, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que dá nova redação ao art. 2º e inclui art. 3º, renumerando-se os demais, na Lei nº 7.624/95, que institui, no Município de Porto Alegre, o Dia da Oxum. Com Emenda nº 01. (construção de estátua representativa dos respectivos festejos)

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. João Dib: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CECE. Relator  Ver. Carlos  Garcia: pela  aprovação  do  Projeto  e   da  Emenda nº 01.       

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum):  Discussão geral e votação do  PLL nº 106/97, de autoria do Ver. Nereu D'Ávila, com Emenda nº 1.

Em discussão do PLL nº 106/96.(Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em discussão a Emenda nº 1.(Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA (Questão de Ordem):Encontra-se presente o Arquiteto Ernani Manganeli, da SMOV, que coordenou todo o trabalho da estruturação do Código de Proteção ao Incêndio. Ele me informou que já houve a realização de uma audiência pública. Amanhã ele encaminhará à Casa e eu pedirei à Diretoria Legislativa que anexe ao processo todos os documentos,  a convocatória e presença a essa audiência pública.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): É um passo a mais, agora, ele continua na legislação passada, por isso o Prefeito faz as confusão que faz.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1587/96 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 090/96, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que estabelece adicional de 10% sobre o valor de avaliação de próprios municipais ocupados por lindeiros, no caso de alienação com dispensa de processo licitatório, e dá outras providências.  

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela rejeição do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, VIII, da LOM;

- adiada a discussão por cinco Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL 090/96 O Ver. Gerson Almeida está com a palavra. Desiste.  O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Senhor Presidente e Senhores Vereadores, estamos discutindo o Projeto de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt cujo objeto, resumidamente, é o seguinte: aquelas pessoas que adquirirem nesgas de terras, por inexigibilidade de licitação terão que pagar 10% sobre o valor da avaliação que é procedida pela Secretaria do Planejamento Municipal. Temos, relativo a esta proposta, dois óbices fundamentais: o primeiro, é de ordem constitucional e legal. O Ver. Antonio Hohlfeldt está legislando, com essa iniciativa, sobre normas gerais de licitação que,  de acordo com a Constituição Federal, é da competência privativa da União, e não do Estado e do Município.

Em segundo lugar, essa proposta se constitui , claramente, em enriquecimento ilícito, que é vedado pelo Direito Civil Brasileiro, ou seja, vamos cobrar do cidadão um valor que é maior do que vale a referida área. Isso, para mim, não tem outro nome, na legislação civil deste País, a não ser enriquecimento ilícito. Por outro lado, administrar rendas e patrimônio municipal,  de acordo com o art. 94, inc. II da Lei Orgânica do Município, é tarefa privativa do Chefe do Poder Executivo. Eu já fui membro da Comissão de Alienação de Imóveis, por isso conheço a matéria, se ela vier a ser aprovada, o que não acredito, causará sérios transtornos, fazendo com que áreas que o Município precise se desfazer, principalmente em becos de servidão, que não é mais utilizado pela atual estrutura urbanística do Município, fica  prejudicada a venda a cidadãos, porque apenas uma pessoa pode não querer comprar por questão de princípio, por entender que não pode pagar mais do que vale determinada área. É o tipo da proposta que não tem base constitucional, que não tem base legal e que só virá em prejuízo das atividades do Município e dos cidadãos desta Cidade. Por esse motivo, a Bancada dos  Trabalhadores vota contra e concita os demais Vereadores das diversas bancadas a também fazê-lo, por questões de constitucionalidade, legalidade e em defesa dos cidadãos desta Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA, Sr. Presidente e Srs. Vereadores,  na questão legal não vou-me aventurar,  porque o Ver. Juarez Pinheiro já abordou a esse respeito.

Fico imaginando que sustentação poderia ter uma situação como essa, proposta pelo Projeto de Lei do Ver. Antonio Hohlfeldt, em que o mesmo objeto passa a ter dois valores. Se for vender a uma determinada pessoa, vale "x"; se for vender a outra, vai valer "x" mais dez por cento. Isso não existe. Entendo a intenção do Ver. Antonio Hohlfeldt: ele quis punir o lindeiro que invadiu uma área pública. Ora, para isso, existem outros instrumentos. Para isso, o Executivo deveria ter acionado judicialmente este ocupante. Agora, não pode, evidentemente, na hora de alienar este imóvel, estabelecer uma espécie de multa no preço do imóvel. Isto não tem sustentação nenhuma. Por isso, o meu voto é contra este Projeto, apesar de entender a intenção do Ver. Antonio Hohlfeldt. Mas, da forma com que ele propõe, se constitui um verdadeiro absurdo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o  Requerimento, do Ver. Antonio Hohlfeldt,  solicitando o adiamento da discussão do PLL nº 096/97, por duas Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, contra o voto do Ver. Juarez Pinheiro.

Requerimento nº 275/97, de autoria do Ver. João Motta, solicitando autorização para visitar Cooperativas do Uruguai, de 07 a 09 de novembro de 1997, em Montevidéu, a convite da Cooperativa de Produção e Manutenção da Habitação dos Metalúrgicos de Porto Alegre. (Lê o Requerimento.)

 O Ver. João Motta está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, trata-se de uma segunda viagem que as cooperativas habitacionais de Porto Alegre, de caráter popular, fazem a Montevidéu. É uma excursão de ônibus que sairá sexta-feira à noite e retornará domingo.

Todos sabem que  aqui em Porto Alegre, nos últimos anos, têm sido crescente as iniciativas de sindicatos e associações comunitárias no sentido de tentar buscar, através da experiência de cooperativas, uma alternativa para a questão da habitação e temos aqui um vizinho que teve uma experiência com muito êxito nessa área que são inúmeros projetos habitacionais que conseguiram acesso àquilo que é o grande entrave para o desenvolvimento e consolidação dessa experiência aqui no Brasil: o acesso ao crédito. No Uruguai já existe uma tradição de financiamentos para esse tipo de iniciativa.

O Requerimento que estou  encaminhando é com esta finalidade: acompanhar esta excursão que visitará essas cooperativas localizadas na região da grande Montevidéu. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, apresento o meu apoio irrestrito à iniciativa do Ver. João Motta. O Ver. João Motta há muito tempo realiza um trabalho sobre cooperativas habitacionais aqui em Porto Alegre.

Estou concluindo um parecer favorável à sua legalidade para que ela possa  tramitar nas demais Comissões e, quem sabe, ser aprovada no corrente ano. Parece-me que a ida do ilustre Vereador até Montevidéu, onde algumas experiências estão sendo desenvolvidas, é extremamente positivo. Não acredito que o Ver. Motta tenha muito a aprender em Montevidéu, mas a comparação entre o que se faz lá e o que se pretende fazer aqui, acho que é extremamente válida e nós devemos não só aprovar essas iniciativas como também estimulá-las. Afinal, estamos aprovando, para um companheiro nosso, durante um fim de semana, viagem de ônibus a Montevidéu , o que não é nenhuma mordomia, por sinal, é até um sacrifício, são 12 horas de ida e 12 horas de vinda que ele vai ficar dentro de um ônibus, espero que tenha um relativo conforto, retornando enriquecido com o que observar lá, em Montevidéu, com condição de  dar maior sustentação ainda a sua proposta que, eu repito, tenho esperança que venha a ser votada no corrente ano. Ver. João Motta, que tenha bom proveito em sua ida a Montevidéu e colha por todos nós as observações que, certamente, a sua sagacidade e inteligência acolherão. Muito obrigado.             

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. João Motta. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com a abstenção do Ver. João Dib.

Requerimento nº 274/97, de autoria do Ver. Adeli Sell, solicitando uma Moção de Repúdio ao Banco Central, que quer ignorar os acionistas minoritários no edital de privatização do Meridional.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.          

Requerimento nº 271/97, de autoria do Ver. Cyro Martini, Moção de protesto ao Governo Estadual face às condições insuficientes para a execução das atividades policiais.

O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu lamento profundamente a ausência no plenário do Ver. Cyro Martini. Agora que está chegando o Vereador, eu gostaria de dizer, na sua presença, que o Vereador , mais uma vez, não é feliz quanto ao pedido de moção, sabendo-se que, há três anos, o Governo do Estado luta com uma crise muito forte na arrecadação e evidentemente todas as funções estaduais decorrentes dessa crise vão ficar prejudicadas. Mas não é só o Estado do Rio Grande do Sul; são 100% dos estados da Federação, que sofrem essa crise fiscal. Conseqüentemente o aparato policial - polícia ostensiva e repressiva - evidentemente vai sofrer essas conseqüências. Isso nós já sabemos há três anos. As justificativas que estão ajuntadas ao Processo não têm absolutamente nada a ver com o aparato do Estado. A morte do médico, profundamente lamentada, e o brilhantismo do Ver. Juarez Pinheiro adequou a proposta e o protesto, os quais nós aceitamos, e que vêm agora como mote para uma moção de protesto. Ficam ajuntadas ao assassinato desse médico as ocorrências de trânsito de fim-de-semana - e para todos os fins-de-semana vamos ter que fazer uma moção de repúdio e de protesto. Neste fim de semana, morreu um médico com a namorada e uma criança na Cidade de Três Cachoeiras, próximo a Torres, onde ocorre, com freqüência, um número muito grande de óbitos, numa estrada extremamente perigosa, onde muitas providências foram tomadas.  A estrada está abandonada para o tráfego de veículos particulares, já que se usa a Estrada do Mar, de preferência, com uma incidência de acidentes  muito menor do que aquela onde as curvas, as sinuosidades e os acidentes geográficos são muito mais condicionadores de um número maior de vítimas.

Pela vulgarização, pelo abastardamento das moções de protesto, pela falta de qualidade do conteúdo, dos motivos, que são rotineiros, pela impossibilidade de se resolver esse problema a curto e médio prazos e pela inocuidade, pelo despropósito, responsabilizando uma pessoa ou várias de um governo, quando isso ocorre em todos os governos - esse desaparelhamento é crônico no Brasil inteiro, se dá em todas as cidades do Brasil, em todos os Estados brasileiros - acho que este Plenário deve rejeitar essa proposta porque, além de tudo, faz com que as nossas moções de protesto, que devem servir como um brado desta Casa para grandes acontecimentos, que seu uso nos acidentes, que são lamentáveis - a sociedade chora seus mortos - há uma triste rotina, mas nada vai adiantar para resolver esse problema, enquanto estivermos apresentando moções de protesto e as pessoas continuarem semanalmente morrendo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar a Moção de Repúdio.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Meu caro Ver. Cyro Martini, já dizia Aristóteles que qualquer  pessoa pode zangar-se, mas zangar-se com  a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo, de maneira certa não é fácil. O Ver. Cyro Martini está zangado com o Governo do Estado pelas dificuldades da segurança. Mas essas mesmas dificuldades o Vereador, quando no efetivo exercício das suas funções de delegado - que sempre o fez com muita maestria e competência, - sabe que não eram tão acentuadas, porque a crise, talvez, não fosse tão grande e a população era menor, a vinda para centros mais populosos não era com tanta intensidade. Então, creio que Aristóteles informa bem. Não é a hora certa, não é a pessoa certa, não é a maneira certa, não é a medida certa e nem é o motivo certo. Acho que vou votar contrariamente a proposição de V.Exa., passando às suas mãos, com o carinho de sempre, a propositura do sábio Aristóteles.  A todos os Vereadores, meus votos de saúde e paz. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com a palavra para encaminhar a Moção.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não me creio zangado, mesmo que o meu time tenha perdido neste fim de semana. Não me sinto zangado. Quando possuímos um mandato público, evidentemente  não cabe,  no  exercício  de uma função pública qualquer,  o funcionário zangar-se ou contentar-se, não há  motivo nenhum, ele apenas tem que cumprir o seu dever, a sua obrigação. Se eu tenho uma  representação,  tenho que exercer. Agora, eu, na repartição, não sou colorado nem sou gremista, eu tenho uma missão, um dever, uma competência, não cabe a mim ficar contente, alegre ou seja o que for, eu tenho um papel a desempenhar e é  esse o papel que eu  tenho que fazer.  Qual é a minha obrigação hoje, conhecendo a atividade policial?  De um lado, é levar à população   as preocupações dos servidores policiais e,  de outro lado,  reconhecer a preocupação  do munícipe, do porto-alegrense  com relação a sua sorte. Eu não posso dizer ao porto-alegrense:  contente-se, fique satisfeito,  não há  problema nenhum, o senhor vive entre grades, de certo é porque o senhor quer, não há motivo nenhum, se o senhor está preso  dentro da sua casa, e o marginal anda pela rua sem conseqüências maiores, de certo é o destino que assim traçou, não podemos reclamar, temos que ficar quietos.   É óbvio que não. Temos que dizer aqui seja hoje para o Dr. José Fernando Eichenberg, amanhã,  se continuar,   diremos para outro, como  já dissemos,  no passado, para outros. Estamos aqui para alertar a população, por isso  esta Moção de Protesto,  não precisaria ser protesto, mas ou  protestamos ou repudiamos, seria talvez um  qualificativo mais leve,  mas esse é que  está à nossa disposição.

Em virtude  do descaso do Governo  Estadual,  relativamente às condições insuficientes para execução das atividades policiais alocadas às organizações destinadas   ao exercício  da Polícia Judiciária e do Policiamento  preventivo ostensivo, bem como da desconsideração relativa ao atendimento  das justas reivindicações  salariais dos agentes policiais. O que estou dizendo aqui é absoluta verdade, não tenho como dizer  outra coisa e não posso ficar sentadinho ali, quieto, de braços cruzados  sentadinho ali, quieto, de braços cruzados, vendo a desgraça passar diante de mim, e a insatisfação daqueles que têm que cumprir um papel. Nós estaremos aqui cumprindo o nosso dever. Por isso, encaminhamos favoravelmente, de acordo com a delegação da Bancada.  Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Como não há quórum, o Requerimento só poderá ser encaminhado pelas lideranças que não encaminharam, reservado o direito do autor.

Estão encerrados os trabalhos. 

 

(Encerra-se a Sessão às 17h50min.)

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